Separado Para Deus

segunda-feira, 15 de julho de 2019

Sofonias, Um Profeta de Sangue Real


O Profeta Sofonias foi filho de Cusi, viveu em Judá e profetizou no século 7 a.C. Entretanto, para falarmos sobre quem foi Sofonias, precisamos também saber que há quatro personagens bíblicos com este nome. Assim, antes de falarmos sobre o Profeta Sofonias, vamos conhecer os outros três.

Os Outros Sofonias na Bíblia
Sofonias, um levita descendente de Coate citado brevemente em 1 Crônicas 6:36-38.
Sofonias, filho de Maaséias e sacerdote durante o reinado do rei Zedequias. Ele serviu em duas ocasiões como um mensageiro do rei ao Profeta Jeremias, levando pedidos de orações e voltando trazendo oráculos do profeta em relação aos embates contra o exército do rei Nabucodonosor e a ajuda que esperavam do Egito (Jeremias 21:1; 37:3). Em certa ocasião, Sofonias foi repreendido por Semaías através de uma carta, por não ter prendido o Profeta Jeremias que havia sido acusado de enviar cartas desencorajadoras para os cativos (Jeremias 29:25-29). Quando Babilônia tomou Jerusalém, Sofonias foi levado para a Síria juntamente com outros líderes judeus, e foi executado por Nabucodonosor.
Sofonias, pai de Josias, um exilado que retornou do cativeiro babilônico (Zacarias 6:10,14).

O Profeta Sofonias
Tudo o que se sabe sobre quem foi o Profeta Sofonias é encontrado no livro do Antigo Testamento que leva seu nome. O primeiro versículo do livro fornece a única referência biográfica a respeito dele.
Sabemos que ele foi filho de Cusi, e sua genealogia é estabelecida recuando quatro gerações até Ezequias (Sofonias 1:1). Ainda não ficou provado com certeza que esse Ezequias fosse o conhecido rei judeu com este nome, entretanto a probabilidade de que tenha sido ele é muito grande, pois fornece mais luz à compreensão da forma com que a genealogia do profeta é apresentada.
O nome Sofonias significa “Jeová ocultou”, e talvez indique que o profeta tenha nascido durante o período das atrocidades praticadas por Manassés, o qual, segundo a tradição judaica, foi o responsável pela morte do Profeta Isaías, serrando-o ao meio.
Profeta Sofonias viveu em Judá, e segundo os relatos de seu livro, podemos perceber que ele conhecia bem as características da cidade de Jerusalém (Sofonias 1:10,11). Não se sabe exatamente a duração do ministério profético de Sofonias.
Sabe-se que ele profetizou durante o século 7 a.C. durante o reinado do possível parente rei Josias, o qual era bisneto do rei Ezequias. O reinado de Josias ocorreu entre 640 e 609 a.C. (2 Reis 22:1-23:30), e, com base nesse dado, o Profeta Sofonias provavelmente profetizou no início do seu reinado.
Algumas passagens específicas do seu livro parecem demonstrar essa condição. Por exemplo: O Profeta Sofonias falou sobre “o restante de Baal” em Jerusalém, o que aponta para uma data próxima a reforma iniciada por Josias, bem como também profetizou contra outros costumes idólatras que foram abandonados após o descobrimento do Livro da Lei (Sofonias 1:4,5; cf. 2 Reis 22:1-23:25; 2 Crônicas 34:1-7).
Considerando esse período como certo, tais datas colocam Sofonias como contemporâneo de outros profetas, como: Naum, que profetizou sobre a destruição da cidade Nínive por volta de 612 a.C.; também Jeremias, que viveu durante esse período e alcançou até mesmo a queda de Jerusalém em 587 a.C.; além da Profetisa Hulda, que foi consultada pelo rei Josias quando o Livro da Lei foi encontrado.
Caso o Profeta Sofonias tenha começado a profetizar a partir de 625 a.C., então o início de seu ministério coincide com o período em que o ministério do Profeta Jeremias também teve início.



Abraços e fique na paz do Senhor Jesus Cristo.

Neander Silvestre

Simão o Zelote, Apóstolo de Cristo.


O nome Simão é derivado de Simeão e significa “Ouvido de Deus”. Simão, dito Simão, o Zelote ou Simão, o Cananeu, foi um dos discípulos de Jesus Cristo fazendo parte do grupo dos doze apóstolos. É referido como “o Cananeu” de acordo com o Evangelho de Mateus e como ”o Zelote” no Evangelho de Lucas e em Atos dos Apóstolos.
A palavra grega Cananeu e a palavra Zelote, derivada do aramaico, significam a mesma coisa: “zeloso”. Recebeu este apelido por fazer parte do ultranacionalista e radical partido judaico chamado zelotes. Eles lutavam, muitas vezes com luta armada, em favor da queda de Roma.
O momento no qual se ocorreu o chamamento de Simão para se unir aos apóstolos não é muito claro na Bíblia. Sabe-se apenas que foi convidado ao mesmo tempo que André, Simão Pedro, Tiago e João, filhos de Zebedeu, Judas Iscariotes e Judas Tadeu (Mateus 4: 18-22).
Não se sabe ao certo qual teria sido o ministério de Simão posteriormente. Recebendo o Espírito Santo junto aos demais, Simão saiu a pregar em diversos lugares, passando pelo Egito, Síria, Mauritânia, Líbia, Numidia, Cirenia e Abjásia. Neste último, uma região localizada na costa nordeste do Mar Negro, ele iluminou com a fé em Cristo numerosos pagãos. Também esteve na Bretanha, onde converteu à luz do Evangelho muitos descrentes, tendo sido depois crucificado por idólatras. Esta é uma das mais antigas tradições, cuja principal autoridade é Doroteo, Bispo de Gaza (300 d.C.). Nicéforo, Patriarca de Constantinopla, um respeitado historiador (758-829), também confirma a presença do Apóstolo em Bretanha.
Outras tradições afirmam que o Apóstolo esteve na Pérsia, com Judas, com quem foi martirizado. Outros ainda atestam que o zelote Simão foi sepultado na cidade de Nicósia, perto de Zhiguencia. Os lugarejos indicam que este local está a uns 13 km de Sujumi, não muito distante da costa do Mar Negro. Sua pregação era bem parecida com a dos outros quatro Apóstolos que foram para o Oriente, tida por alguns como ascética e judaica, tal como aquelas preservadas na Epístola canônica de Judas.



Abraços e Fiquem na Paz do Senhor Jesus Cristo

Neander Silvestre

Simão Pedro, Um Discípulo Dinâmico e Sincero


O apóstolo Pedro foi um dos primeiros discípulos escolhidos por Jesus. Pedro também é chamado na Bíblia de Cefas, Simeão e Simão. Neste estudo bíblico conheceremos mais sobre a história de Pedro, apóstolo do Senhor Jesus.

A História de Pedro
O apóstolo Pedro era natural de Betsaida, na época uma aldeia de pescadores não muito distante de Cafarnaum e que ficava na região costeira do mar da Galiléia (João 1:44). Pedro também tinha casa em Cafarnaum, na Galiléia (Marcos 1:21s). Alguns sugerem que sua residência realmente fosse em Cafarnaum, e Betsaida apenas sua aldeia de origem.
O apóstolo Pedro era irmão do apóstolo André, um pescador de profissão assim como ele. É bem provável que seu pai, Jonas, também fosse um pescador (João 1:42). O apóstolo Pedro era casado, tendo sido sua sogra curada por Jesus (Marcos 1:30). Além disso, é possível que sua esposa frequentemente o acompanhasse em viagens ministeriais na Igreja Primitiva (1 Coríntios 9:5).
Pedro possuía uma educação considerada limitada e falava o aramaico com forte sotaque da região da Galiléia (Mateus 26:73; Marcos 14:70); idioma que também utilizava para ler e escrever. No entanto, Pedro também falava um pouco de grego, muito provavelmente por conta de sua profissão que exigia constante contato com gentios. O grego era muito utilizado na época, sobretudo nas cidades de Decápolis.

Pedro, Cefas, Simão e Simeão
Como já foi dito, o apóstolo Pedro é chamado por outros nomes na narrativa bíblica. Possivelmente seu nome original era o hebraico Simeão, utilizado originalmente em alguns textos de Atos 15:14 e 2 Pedro 1:1; e talvez ele tenha adotado o grego “Simão” com pronuncia semelhante.
Quando ele se encontrou com Jesus, o Senhor o chamou de Cefas, do aramaico Kefa’, que significa “rocha” ou “pedra”, que em sua forma grega é Petros, ou seja, Pedro (João 1:42). O significado desse título se refere ao fato de que Pedro se tornaria firme como uma rocha, ao invés de uma pessoa com temperamento inconstante.
Assim, a narrativa do Novo Testamento designa o apóstolo Pedro por essa variedade de nomes. O apóstolo Paulo o chamava de Cefas (1 Coríntios 1:12; 15:5; Gálatas 2:9); o apóstolo João geralmente o chamava de Simão Pedro; e Marcos o chamou de Simão até o capítulo 3 de seu livro e depois passou a designá-lo como Pedro.

A Personalidade do Apóstolo Pedro
Considerando todas as referências sobre o apóstolo Pedro disponíveis não apenas nos quatro Evangelhos, mas em todo Novo Testamento, os estudiosos entendem que ele foi um típico homem do campo, uma pessoa simples, direta e também impulsiva.
Parece que ele também possuía uma aptidão natural para exercer liderança, talvez por ser caloroso, vigoroso e normalmente comunicativo. Em algumas ocasiões, sobretudo no episódio que envolveu a traição de Jesus no Getsêmani, Pedro se mostrou emotivo, sanguíneo e autoconfiante.

A Escolha do Apóstolo Pedro Como Discípulo de Jesus
O Evangelho de João relata um primeiro contato entre Jesus e Pedro, por intermédio de seu irmão, o apóstolo André (João 1:41). Esse contato ocorreu antes do início do ministério público do Senhor na Galiléia. Depois disto, Pedro e André continuaram com a pescaria durante um período de tempo, até que receberam um convite consequente de Jesus enquanto estavam pescando no mar da Galiléia (Marcos 1:16s).
Mais tarde Jesus escolheu doze homens entre aqueles que o seguiam para serem seus discípulos mais próximos. Assim, o apóstolo Pedro foi um dos primeiros discípulos a ser chamado, e também era um dos três que sempre estavam mais próximos do Senhor (Marcos 5:37; 9:2; 14:33). Nas listas que trazem a relação dos doze discípulos de Jesus, o nome do apóstolo Pedro sempre aparece primeiro (Marcos 3:16-19; Lucas 6:14-16; Mateus 10:2-4; Atos 1:13,14).

O Apóstolo Pedro Durante o Ministério de Jesus
O apóstolo Pedro teve uma participação muito ativa e significante durante o ministério de Jesus. Como já foi dito, ele foi um dos primeiros discípulos a ser chamado, estava entre os três mais próximos de Jesus, e em muitas ocasiões agiu como porta-voz dos Doze (Mateus 15:15; 18:21; Marcos 1:36s; 8:29; 9:5; 10:28; 11:21; 14:29; Lucas 12:41).
Pedro foi o discípulo que pediu para encontrar Jesus andando sobre as águas (Mateus 14:28). Foi ele também, juntamente com Tiago e João, que estiveram com Jesus no episódio da transfiguração (Mateus 17:1-8).
O apóstolo Pedro também foi o discípulo que, precipitadamente, tentou repreender Jesus diante do anúncio de sua morte iminente no Calvário (Mateus 16:22).
Quando Jesus perguntou aos seus discípulos quem eles achavam que Ele era, o apóstolo Pedro foi o primeiro a responder confessando que Ele era o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mateus 16:16). O próprio Jesus atribuiu a resposta de Pedro como uma revelação de Deus que foi dada a ele.
Nessa mesma ocasião Jesus pronunciou a famosa frase “tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16:18). Essa frase é alvo de intensos debates, deste muito tempo.
Pelo jogo de palavras que envolve o significado do nome “Pedro”, surgiram muitas interpretações. Duas delas são as mais antigas e conhecidas: alguns sugerem que a “pedra” seria o próprio Pedro; enquanto outros defendem que a “pedra” seria diretamente a verdade que foi declarada por Pedro, isto é, o Cristo, o Filho do Deus vivo.
O apóstolo Pedro ouviu diretamente de Jesus a ordem “apascenta minhas ovelhas” (João 21:17). Numa determinada ocasião, Pedro questionou Jesus sobre a situação dele e dos demais que haviam deixado tudo o que tinham para segui-lo, e ouviu do Senhor a promessa das bênçãos do reino de Deus (Marcos 10:28; Lucas 18:28).
O apóstolo Pedro também aparece de forma bastante ativa durante a narrativa dos últimos momentos do Senhor Jesus antes da crucificação. Juntamente com o apóstolo João, Pedro recebeu a incumbência de organizar a última ceia em Jerusalém (Lucas 12:8).
Inicialmente ele também se recusou a deixar que Jesus lhe lavasse os pés, mas quando foi advertido sobre a importância e a necessidade daquele ato do Senhor, ele pediu até mesmo um banho (João 13).
O apóstolo Pedro também foi o discípulo que, conforme Jesus havia dito, o negou três vezes antes que o galo cantasse duas vezes na ocasião que envolve a prisão e crucificação do Senhor. Na verdade essa sua negação contrasta diretamente com o comportamento valente e violento que ele demonstrou ao cortar a orelha de Malco, servo do sumo sacerdote, durante a prisão do Senhor. Diante do olhar de Jesus, ao lembrar-se das palavras do Mestre, Pedro se arrependeu profundamente (Mateus 26:34-75; Marcos 14:30-72; Lucas 22:34-62; João 18:27).
É possível que o apóstolo Pedro tenha testemunhado a crucificação, apesar dos Evangelhos não o mencionarem (cf. 1 Pedro 5:1). Cristo ressurreto apareceu pessoalmente ao apóstolo Pedro (Lucas 24:33,34; 1 Coríntios 15:5).

O Ministério do Apóstolo Pedro na Igreja Primitiva
O apóstolo Pedro foi o primeiro a pregar o Evangelho no dia de Pentecostes. Cerca de 3 mil pessoas se converteram naquela ocasião (Atos 2:14). Até o capítulo 13 do livro de Atos dos Apóstolos, Pedro aparece com bastante destaque. Durante os primeiros anos ele foi o líder da igreja em Jerusalém, mas vale lembrar que o apóstolo Tiago, por sua vez, foi quem liderou o Concílio de Jerusalém onde importantes decisões foram tomadas concernentes à participação dos gentios na Igreja (Atos 15:1-21).
Pedro foi quem fez a exposição da necessidade da escolha de outro homem para o lugar deixado por Judas e Matias foi o escolhido (Atos 1). Durante o ministério do apóstolo Pedro ocorreram grandes milagres, sendo que até mesmo os doentes eram colocados de uma forma com que, ao passar, sua sombra os cobrissem (Atos 3:1-10; 5:12-16).
Foi o apóstolo Pedro quem disse as conhecidas palavras: “Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda” (Atos 3:6). Dentre esses milagres também se destaca a ressurreição de Dorcas (Atos 9:36-41). Saiba mais sobre os milagres no período apostólico da Igreja Primitiva.
O apóstolo Pedro também foi quem disciplinou os perversos e mentirosos Ananias e Safira (Atos 5:1-11). Por conta do pecado que praticaram, ambos foram mortos de forma sobrenatural.
Na época da forte perseguição em Jerusalém após a morte de Estêvão, o apóstolo Pedro também estendeu sua atuação ministerial a outros lugares, como em Samaria em decorrência da grande evangelização de Filipe ali, nas cidades costeiras de Lidia, Jope e Sarona. É possível que nesse período Tiago então tenha assumido a liderança em Jerusalém.
O apóstolo Pedro também foi o responsável por anunciar as boas novas à família de Cornélio em Cesaréia (Atos 10:1-45). Na Carta aos Gálatas, o apóstolo Paulo informa que Pedro também esteve em Antioquia (Gálatas 2:11). Na verdade é nesse relato que encontramos a referência sobre o conflito entre os apóstolos Paulo e Pedro, quando Pedro agiu dissimuladamente se associando aos cristãos gentios e depois se afastando deles ao temer a pressão do “grupo da circuncisão” que aceitava os gentios na Igreja desde que estes se submetessem ao cerimonial da Lei de Moisés.
O comportamento do apóstolo Pedro acabou influenciando até mesmo Barnabé. Então Paulo o repreendeu publicamente pelo comportamento, considerado por ele, como hipocrisia. No entanto, essa situação foi completamente resolvida, e o próprio apóstolo Pedro mais tarde se referiu a Paulo como “nosso amado irmão” (2 Pedro 3:15).
Na Epístola aos Coríntios, também somos informados da divisão que havia em tal igreja. Um dos grupos divididos ali alegava seguir o apóstolo Pedro, enquanto outros diziam ser de Paulo, Apolo e Cristo. Isso indica que provavelmente em algum momento ele esteve pessoalmente visitando aquela igreja.

A Morte do Apóstolo Pedro e o Final de Seu Ministério
Após 50 d.C. não temos tantas informações detalhadas sobre o apóstolo Pedro. Considerando suas duas epístolas, sabemos que ele permaneceu ativo na pregação da Palavra de Deus e no pastoreio do rebanho do Senhor até a hora de sua morte (1 Pedro 5:1,2).
Existe um grande debate se o apóstolo Pedro chegou a fixar residência em Roma ou não. O que é certo é que a igreja em Roma não foi fundada por ele; até porque seria muito improvável que Paulo escrevesse uma epístola àqueles irmãos sem mencioná-lo.
Na verdade não há qualquer base bíblica de que ele tenha sido o primeiro bispo de Roma; nem há indícios de que ele tenha sido líder da igreja na cidade por um período de tempo considerável. A tradição que afirma tal coisa é bastante questionável. Saiba mais sobre a igreja em Roma no panorama da Carta aos Romanos.
Apesar disto, é muito provável que ele tenha estado em Roma em algum momento próximo ao final de sua vida, e que tenha escrito suas duas epístolas desta cidade. Em 1 Pedro 5:13 o apóstolo escreve dizendo estar na “Babilônia”. Essa informação têm sido entendida pela maioria dos estudiosos como uma referência à cidade de Roma. A presença de Marcos na ocasião também favorece essa interpretação.
Existe uma tradição muito antiga e uniforme dentro do cristianismo de que o apóstolo Pedro tenha sido martirizado em Roma por volta de 68 d.C., assim como foi Paulo. Tertualiano (200 d.C.) defendeu tal informação, e Orígenes afirmou que Pedro foi crucificado de cabeça para baixo, uma informação também presente em alguns livros apócrifos.



Abraços e fique na paz do Senhor Jesus Cristo.

Neander Silvestre

Silas, Um Produtivo e Fiel Servo de Deus


Silas foi um membro da Igreja de Jerusalém que exerceu um papel de liderança na Igreja Primitiva, e é bem conhecido entre os cristãos devido a sua parceria com Paulo. A história de Silas na Bíblia começa a ser registrada a partir do capítulo 15 do livro de Atos dos Apóstolos. Neste estudo bíblico conheceremos um pouco mais sobre quem foi Silas na Bíblia.

A História de Silas na Bíblia
É bem provável que Silas tenha sido um judeu helenista, e que seu nome seja a forma grega do aramaico She’ila, que por sua vez é o equivalente ao hebraico Shaul. Em algumas Epístolas Paulinas, Silas é mencionado pela forma latina de seu nome, Silvano (2 Coríntios 1:19; 1 Tessalonicenses 1:1; 2 Tessalonicenses 1:1). O apóstolo Pedro também o mencionou assim em 1 Pedro 5:12.
Silas foi um profeta da Igreja de Jerusalém, que com sua pregação da Palavra exortava, encorajava e fortalecia os fiéis. Ele aparece na narrativa bíblica no episódio em que foi escolhido para acompanhar Paulo e Barnabé na tarefa de transmitir aos cristãos gentios convertidos por meio da igreja de Antioquia, a decisão do Concílio de Jerusalém que tratou dos assuntos relacionados à aceitação e comunhão dos gentios como membros da Igreja.
Assim como Paulo, Silas tinha cidadania romana (Atos 16:37-41). Alguns comentaristas sugerem que isto possa ter contribuído de alguma forma para que Paulo o escolhesse como companheiro em sua viagem missionária.

Silas Acompanha Paulo Em Sua Viagem Missionária
Após o Paulo ter se separado de Barnabé após sua primeira viagem missionária, o apóstolo escolheu Silas para acompanhá-lo em sua segunda viagem missionária, e auxiliá-lo na pregação do Evangelho (Atos 15:40). Saiba mais sobre a história do apóstolo Paulo.
Além da questão da cidadania romana já mencionada acima, alguns estudiosos também acreditam que o fato de Silas ter sido um membro da Igreja de Jerusalém pode ter representado algo bastante útil ao apóstolo.
Alguns também sugerem que o papel inicialmente exercido por Silas ao lado de Paulo era semelhante ao que havia sido desempenhado por João Marcos, ou seja, sua posição parece ter sido subordinada ao apóstolo, diferente da parceria com Barnabé.
Se essa sugestão estiver correta, então Silas pode ter servido como ministro auxiliar de Paulo, incumbido, principalmente, de questões literárias, responsável pelas Escrituras e documentos de instrução catequética. Apesar de parecer ter sido subordinado ao apóstolo Paulo, isso não significa que ele não tenha exercido uma posição significativa de liderança na tarefa missionária.

Silas É Preso Juntamente Com Paulo
O episódio mais conhecido entre os cristãos envolvendo Silas é a dramática prisão em Filipos, onde ele e Paulo foram açoitados e presos. Na ocasião também estavam presentes Lucas e Timóteo, porém estes não foram presos, pois Lucas era um gentio de Antioquia da Síria e Timóteo um meio-gentio de Listra. Assim, apenas Paulo e Silas, como judeus, foram acusados. Esse fato também parece apontar para uma certa liderança de Silas na equipe missionária, conforme foi citado no parágrafo anterior.
O relato bíblico acerca dessa prisão conta que Paulo e Silas foram agarrados e arrastados até a presença das autoridades. A multidão estava unida contra eles, e após as acusações, rasgaram-lhes as vestes e os açoitaram (Atos 16:22), apesar de que por serem cidadãos romanos esse tipo de tratamento era proibido.
Por volta da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam, e de repente ocorreu um terremoto que sacudiu os alicerces do cárcere de tal forma que soltaram-se as cadeias de todos os prisioneiros (Atos 16:26). Esse evento resultou na conversão do carcereiro e sua família (Atos 16:31-34).

O Restante Do Ministério De Silas
Silas acompanhou o apóstolo pela Síria, Ásia Menor, Macedônia e até em Tessalônica. É exatamente o capítulo 17 de Atos dos Apóstolos que narra a visita deles entre os tessalonicenses.
Ainda no capítulo 17 (vers. 10-15), sabemos que eles foram para Bereia, uma cidade cerca de 80 km a sudoeste de Tessalônica, aos pés do Monte Olímpio. Dali Paulo partiu para Atenas, porém Silas e Timóteo permaneceram em Bereia.
Existe muita discussão entre os estudiosos com relação à cronologia dos eventos que aconteceram após Silas e Timóteo terem ficado em Bereia. Alguns acreditam que Timóteo e Silas reencontraram Paulo ainda em Atenas e dali partiram para desempenhar algumas funções até que finalmente reencontraram novamente apóstolo em Corinto, enquanto outros defendem que esse reencontro aconteceu apenas em Corinto (Atos 18:5).
Seja como for, o nome de Silas aparece nas epístolas que o apóstolo escreveu de Corinto (1 Tessalonicenses 1:1; 2 Tessalonicenses 1:1), além do apóstolo também tê-lo mencionado quando escreveu aos próprios coríntios (2 Coríntios 1:19).
Após essas referências, Silas é mencionado novamente apenas na Primeira Epístola de Pedro. Nessa referência o apóstolo Pedro informa que escreveu tal epístola “por meio de Silvano”, ou literalmente “por Silvano” (1 Pedro 5:12).
Essa informação parece sugerir alguma função literária, porém ela não é muito clara para determinar especificamente o papel exercido por Silas nessa carta. Ele pode ter sido apenas o portador da epístola, ou ter sido um secretário do apóstolo, escrevendo o que lhe era ditado, ou talvez pode até mesmo ter ajudado o apóstolo a rascunhar alguns trechos da carta.



Abraços e fique na paz do Senhor Jesus Cristo.

Neander Silvestre

Saul, O Primeiro Rei de Israel


Saul foi o primeiro rei de Israel. Ele era filho de Quis e pertencia a tribo de Benjamim. Saul foi escolhido como rei quando os israelitas pediram pela monarquia. A história de Saul na Bíblia está registrada em livro de 1 Samuel (capítulos 9-31).
O nome Saul significa “pedido”, do original Sha’ul. Alguns intérpretes sugerem que esse significado transmite o sentido de “pedido de Deus”. Outros personagens bíblicos também aparecem com esse mesmo nome.
Por exemplo: um rei de Edom (1 Crônicas 1:48,49; cf. Gênesis 36:37,38); o filho de Simeão e de uma mulher cananéia (Gênesis 46:10); um descendente de Coate também chamado de Joel (1 Crônicas 6:24; 6:36). Além desses, Saul também era o nome judaico de Paulo de Tarso, embora em português esse nome apareça na forma de Saulo.

A História de Saul
Saul aparece na narrativa bíblica como um jovem camponês da cidade de Gibeá. Ele é descrito como um homem de físico imponente, o mais formoso entre os israelitas (1 Samuel 9:2). A sequência da narrativa bíblica sobre a história de Saul mostra que ele era valente e muito corajoso.
Na época em que Saul vivia, o povo de Israel era liderado pelo profeta Samuel, o último dos juízes de Israel. Samuel já havia envelhecido, e combinado às frequentes ameaças de nações vizinhas, especialmente dos filisteus, os israelitas começaram a pedir por um rei. Eles desejavam ter um líder-guerreiro que, segundo eles, pudesse livrá-los de qualquer investida inimiga.
Quando os israelitas desejaram e pediram por um rei, eles rejeitaram a liderança divina através do ministério de Samuel. É verdade que antes de Saul, já estava nos planos de Deus conceder um rei a Israel (Gênesis 17:16; 49:10). Por esse motivo a Lei de Moisés já trazia a regulamentação da futura monarquia em Israel (Deuteronômio 17:14-20).
Tudo isso significa que a presença de um rei em Israel não era algo incompatível com a liderança divina. No entanto, o rei deveria ser um co-regente de Deus diante do povo. Todo o problema, no entanto, se deu porque os israelitas não quiseram esperar que Deus instituísse a monarquia em seu devido tempo. Eles queriam um rei que satisfizesse suas expectativas humanas por não confiarem na providência do Senhor.
Então Deus instruiu Samuel a conceder um rei ao povo. Samuel ainda advertiu os israelitas acerca das implicações de ter um rei de modo inoportuno, mas eles se recusaram a ouvir. Foi assim que Deus ordenou que Samuel ungisse Saul como rei. Sob esse aspecto, Saul era o tipo de pessoa que atendia exatamente as expectativas do povo.

O Reinado de Saul
A Bíblia diz que Saul estava procurando algumas jumentas de seu pai que haviam se desgarrado quando se encontrou com Samuel. O profeta profetizou que Saul seria rei e o ungiu secretamente na terra de Zufe. Mais tarde, Samuel confirmou a escolha de Saul como rei apresentando-o publicamente ao povo em Mispá (1 Samuel 9:1-10:25).
Tão logo o rei Saul já mostrou toda sua habilidade como líder e valoroso guerreiro. Quando o rei de Amom, Naás, sitiou Jabes-Gileade, Saul liderou um exército que destruiu os amonitas. Essa campanha militar impressionou o povo, e os israelitas celebraram o reinado de Saul em Gilgal (1 Samuel 11).
O rei Saul teve de lutar contra vários inimigos do povo de Deus praticamente durante todo seu reinado. O principal deles sem dúvida era os filisteus. Foi numa das batalhas contra os filisteus que Davi matou o gigante Golias (1 Samuel 17:4).
Israel conquistou muitas vitórias sob o reinado de Saul, porém seus erros foram suficientemente graves para manchar drasticamente seu governo.

Os Erros do Rei Saul
De acordo com a narrativa bíblica, é possível mencionar três grandes erros cometidos pelo rei Saul. Em primeiro lugar, o rei Saul tentou usurpar o ofício sacerdotal. Antes da batalha contra os filisteus, Saul se mostrou impaciente e ofereceu sacrifício em Gilgal.
Quando Samuel chegou até ele, o rei Saul escutou a primeira profecia de que havia sido rejeitado por Deus como rei, e que o Senhor já estava providenciando um “homem segundo o seu coração” (Samuel 13:7-14).
Em segundo lugar, o rei Saul desobedeceu mais uma vez ao Senhor quando desprezou a ordem divina para destruir todos os amalequitas. Saul resolveu poupar o rei Agague bem como o melhor dos animais daquele povo conquistado.
Naquela ocasião mais uma vez o rei Saul escutou a repreensão e a reprovação de Deus através do profeta Samuel. Foi nesse episódio que Samuel proferiu as conhecidas palavras: “Eis que é melhor obedecer do que sacrificar” (1 Samuel 15:22,23).
O fato de o rei Saul ter poupado o rei amalequita contrariando a ordem de Deus, contrasta com o caso em que ele iria executar seu próprio filho, Jônatas, quando por ignorância o rapaz desobedeceu a uma ordem sua. Após esse incidente envolvendo os amalequitas, Samuel se afastou completamente de Saul. Logo depois, o profeta ungiu Davi como sucessor de Saul no trono de Israel cumprindo a ordem do Senhor.
Em terceiro lugar, o rei Saul confirmou sua terrível condição iníqua quando procurou ajuda de uma feiticeira em En-Dor pedindo-lhe que trouxesse o espírito de Samuel dos mortos. Ele estava desesperado, e procurava alguma mensagem de esperança antes de sua batalha.
É muito discutido entre os estudiosos o que realmente aconteceu naquela ocasião. Seja como for, Saul pela terceira vez teve de escutar que seu reino havia chegado ao fim, que sua morte estava próxima e que naquela altura Davi já era seu sucessor oficial (1 Samuel 28:19).

A Morte do Rei Saul
O final do reinado do rei Saul foi trágico e melancólico. Cada vez mais ele foi se afastando do Senhor. Inclusive, ele foi perdendo suas características, tornando um homem depressivo, medroso e perturbado (1 Samuel 16:14; 19:9). Alguns intérpretes consideram possível que Saul até tenha se tornado um tipo de doente mental com episódios de esquizofrenia (1 Samuel 16-19).
A Bíblia diz que um “espírito mau da parte do Senhor” atormentava Saul. Davi até serviu para acalmá-lo tocando sua harpa (1 Samuel 16:23). Mas Saul também perseguiu ferozmente a Davi, impulsionado por um ciúme mortal (1 Samuel 18-20). Saul chegou a executar uma linhagem inteira de sacerdotes em Nobe por Aimeleque ter ajudado Davi (1 Samuel 21-22).
Davi teve a oportunidade de matar Saul duas vezes, mas poupou-lhe sua vida afirmando que não podia tocar no ungido do Senhor (1 Samuel 24; 26). Mas finalmente o reinado e a vida de Saul chegaram ao fim em uma desastrosa batalha contra os velhos inimigos filisteus.
No monte Gilboa, e ele e três de seus filhos morreram, entre eles Jônatas, amigo de Davi. Temendo ser capturado pelo exército adversário, Saul lançou-se sobre sua própria espada. No outro dia, quando os filisteus começaram a recolher os despojos dos mortos no campo de batalha, encontram o corpo de Saul. Então eles cortaram sua cabeça, penduraram seu corpo no muro de Bete-Sã para vergonha pública, e levaram suas armas para o templo de Dagom em Astarote (1 Samuel 31).
Depois, num ato de bravura, os homens de Jabes-Gileade resgataram os corpos de Saul e seus filhos. Depois de queimá-los, eles recolheram seus ossos e os sepultaram debaixo de um arvoredo em Jabes (1 Samuel 31:12,13). Apesar de tudo, o rei Davi sentiu profundamente a morte de Saul e de Jônatas (2 Samuel 1:17-27).



Abraços e fique na paz do Senhor Jesus Cristo.

Neander Silvestre

Sara, Esposa de Abraão E Mãe de Isaque


Sara foi esposa de Abraão e mãe de Isaque. A história de Sara está registrada no Antigo Testamento, no livro de Gênesis. Neste estudo bíblico conheceremos tudo sobre quem foi Sara na Bíblia.
O nome Sara significa “princesa” (heb. sarah). Antes de ter seu nome trocado, Sara se chamava “Sarai” (heb. saray), que também significa princesa. Vale dizer que há também outra Sara citada na Bíblia, a filha de Aser (Números 26:46), embora que em algumas versões seu nome aparece escrito como “Sera”.

A História de Sara
Como já dissemos, Sara foi a principal esposa de Abraão. Ela era cerca de dez anos mais nova que o patriarca. Além de esposa se Abraão, Sara também era sua meia-irmã por parte de pai, Tera (Gênesis 20:12).
Quando Deus chamou a Abraão, Sara o acompanhou, partindo com ele de Ur dos Caldeus, passando por Harã e, finalmente, chegando até à terra de Canaã. A mudança de nome de Sarai para Sara, ocorreu quando ela tinha 90 anos de idade.

Sara e Abraão no Egito
Devido à fome que castigou a terra de Canaã, Abraão e Sara partiram para o Egito (Gênesis 12:10,11). Na ocasião, Sara já tinha 65 anos de idade, apesar disso era considerada uma mulher muito bonita, a ponto de Abraão, temendo por sua própria vida, pedir que ela se apresentasse apenas como sua irmã.
No Egito, Sara chamou a atenção dos egípcios e dos príncipes de Faraó, sendo que o próprio Faraó se sentiu atraído por ela e a levou para seu harém.
Entretanto, o Senhor castigou a Faraó e a sua casa por causa de Sara, o que fez com ele chamasse a Abraão e o confrontasse por ter omitido a informação de que ela era sua esposa. Faraó devolveu Sara a Abraão, e ordenou que eles partissem para longe do Egito (Gênesis 12:12-20).
Cerca de vinte anos depois, outro episódio muito semelhante a este aconteceu. Abraão, mais uma vez, ocultou a informação de que Sara era sua esposa. O fato ocorreu com relação à Abimeleque, rei de Gerar.
Neste caso, Deus avisou Abimeleque em sonhos, de que Sara era a esposa de Abraão, e caso não respeitasse essa condição, ele seria fatalmente penalizado. Prontamente Abimeleque procurou a Abraão, e o questionou acerca de sua atitude.
Abimeleque devolveu Sara a Abraão, e também lhe deu ovelhas, vacas, servos e servas, talvez como um tipo de compensação pela ofensa. Isso fez com que o patrimônio de Abraão aumentasse ainda mais.
Também vale dizer que Abraão e Sara viviam entre um povo pagão antes da convocação divina. De acordo com as leis da Mesopotâmia daquela época, a condição de esposa-irmã representava uma posição social ainda mais elevada, e segundo os textos de Nuzu, o vinculo do casamento era considerado mais solene.

Sara, Agar e a Tristeza da Esterilidade
Sara era estéril, e tal condição era um opróbrio continuo para ela. Ainda mais depois da promessa que Deus havia feito a Abraão de que ele seria pai, Sara desesperou-se para lhe conceder um herdeiro.
Sara então incentivou Abraão a ter um filho com sua serva pessoal Agar, uma jovem egípcia (Gênesis 16:1-3). Para tanto, Sara utilizou um costume frequentemente atestado na Antiga Babilônia, apoiado em uma norma legal de que uma esposa estéril deveria prover a seu marido uma mulher que lhe gerasse filhos em seu nome. Tal mulher geralmente era uma criada.
Se Sara usou uma norma legal para arquitetar seu plano, ela também agiu de acordo com as leis comuns na Mesopotâmia quando tratou a Agar de forma muito dura por esta tê-la desprezado por conta de sua esterilidade (Gênesis 16:4).

Sara e as Promessas de Deus
Quando Sara completou 90 anos de idade, ela recebeu a promessa divina de que teria um filho dentro de um ano, e que tal como Abraão, ela se tornaria a “mãe das nações”. Na verdade essa promessa ocorreu por duas vezes, sendo que na primeira foi onde seu nome foi mudado juntamente com o de seu marido (Gênesis 17:17-17; 18:9-15).
Na segunda ocasião, Abraão recebeu uma teofania e pediu que Sara fizesse alguns bolos para os visitantes divinos. Ao escutar a profecia acerca do nascimento de um filho seu, Sara sorriu com incredulidade, julgando ela ser impossível de se cumprir haja vista sua idade.
Apesar de Sara negar que seu riso ocorreu no sentido de zombaria, o Senhor conhecia suas verdadeiras intenções. Sara foi repreendida com a seguinte frase: “Haveria coisa alguma difícil ao Senhor?“. A partir daí a dúvida deu lugar à fé, e Sara foi revigorada, e a promessa foi cumprida com o nascimento de Isaque.
Após o nascimento de Isaque, Sara teve problemas com Ismael e Agar. Na festa de desmame de Isaque, Sara percebeu que Ismael estava zombando de seu filho. Muito irada, Sara ordenou que Agar e Ismael fossem embora.
Com essa atitude, Sara também desejava que Isaque não precisasse dividir sua herança com o meio-irmão. Se nas outras ocasiões Sara agiu de acordo com as leis da Mesopotâmia, nesse caso ela estava agindo de forma contrária, pois Abraão já havia reconhecido legalmente Ismael como seu filho (Gênesis 17:23-26).

A Morte de Sara
Sara tinha 127 anos de idade quando morreu, e foi sepultada por Abraão na sepultura que ele comprou para a família, perto de Hebrom, na cova de Macpela (Gênesis 23). Curiosamente, Sara é a única mulher na Bíblia que possui sua idade registrada por ocasião de sua morte.

Sara no Antigo e no Novo Testamento
Além do livro de Gênesis, Sara é mencionada no livro do Profeta Isaías (cap 51:2) como um exemplo de confiança em Deus, e aquela que deu a luz à nação israelita.
Já no Novo Testamento, o Apóstolo Paulo se refere a Sara direta e indiretamente. Na Carta aos Romanos (cap. 4:19), Paulo colocou a questão da esterilidade de Sara como um obstáculo à fé de Abraão, e mencionou o casal entre aqueles cuja fé foi contada como justiça, além de se referir a ela como a mãe dos filhos da promessa (Romanos 9:9).
Na Epístola aos Gálatas (cap. 4:21-31), Paulo se referiu a Sara indiretamente, ou seja, não citou seu nome, numa ilustração sobre o filho da escrava e o filho da mulher livre. O apóstolo Pedro também mencionou Sara como um exemplo de esposa (1 Pedro 3:6), e o escritor da Epístola aos Hebreus enfatizou a fé de Sara, colocando-a no texto que ficou conhecido como “A Galeria dos Heróis da Fé” (Hebreus 11:11).



Abraços e fique na paz do Senhor Jesus Cristo.

Neander Silvestre

Sansão, A Força e A Fraqueza de Um Herói


Sansão foi um dos últimos juízes de Israel antes Samuel. A História de Sansão é uma das mais conhecidas da Bíblia, sobretudo pela forma com que ele era usado pelo Espírito de Deus, demonstrando uma força sobre-humana.
É difícil saber o significado do nome “Sansão”, no original Shimshon. É possível que esse nome tenha sido derivado do hebraico shemesh, “sol”. Se for esse o caso, então Sansão significa algo como “pessoa solar” ou “parecido com o sol”.
Existe também a possibilidade de seu nome ter sido derivado do hebraico shamam, que significa “destruir”. Se essa sugestão estiver correta, então Sansão poderia significar “destruidor”.
O que sabemos é que o nome “Sansão” foi lhe dado por seus pais, talvez fazendo uma referência antecipada sobre sua força e energia miraculosa concedida pelo Senhor (cf. Juízes 5:31; Salmos 19:5; 84:11).

Quem Foi Sansão na Bíblia
Sansão foi um israelita da tribo de Dã, e era filho de Manoá. Desde antes de seu nascimento, Sansão já havia sido dedicado por seus pais ao Senhor como um nazireu, voto que ele deveria seguir por toda sua vida (Juízes 13:3-7).
Sansão nasceu por volta de 1090 a.C., logo no início da opressão dos filisteus que durou quarenta anos (Juízes 13:1). A mãe de Sansão era estéril, mas o texto bíblico nos informa que o anjo do Senhor apareceu e prometeu a seus pais que teriam um filho (13:5).
É possível que o início de sua história como grande opositor dos filisteus tenha se dado após a terrível batalhada que ocorreu próximo de Afeca, em cerca 1070 a.C.
Na ocasião, os filisteus capturaram a Arca da Aliança, incendiaram Silo e milhares de israelitas perderam a vida (1 Samuel 4:1-11). O povo de Israel ficou tão desmoralizado e se submeteu ao jugo filisteu de tal forma que em nenhum momento procurou arrependimento, nem mesmo orou ao Senhor pedindo livramento durante os 20 anos do ministério de Sansão (Juízes 15:20; 16:31; 1 Samuel 7:2).

O Perfil de Sansão
Como já foi dito, Sansão era um narizeu e cresceu recebendo treinamento espiritual adequado. Já crescido, o Espírito do Senhor veio sobre Sansão e o capacitou a realizar grandes proezas que demonstravam uma força física sobre-humana (ex.: Juízes 13:25; 14:6,19; 15:14).
Apesar disso, Sansão falhava em guardar os votos do nazireado e honrar a Deus em todas as ocasiões. Ele ignorou a proibição de seu voto e se aproximou de um cadáver (Juízes 14:8), tomou vinho quando ofereceu um banquete (Juízes 14:10) e praticou relações imorais com uma prostituta de Gaze e com Dalila.
Sansão odiava os filisteus, sendo um grande opositor para aquele povo numa época em que os israelitas pareciam não se importar com a condição de submissão. A Bíblia diz que era o Espírito do Senhor que o incitava contra os filisteus (Juízes 13:25; 14:4).

Os Feitos de Sansão
Sansão, dotado do Espírito do Senhor, demonstrava uma força sobrenatural e realizou grandes feitos. A narrativa dos feitos memoráveis de Sansão curiosamente concentra-se no envolvimento dele com três mulheres, conforme veremos a seguir.

Sansão Mata Um Leão e Se Casa
O primeiro episódio diz respeito a uma mulher filistéia de Timna a qual ele procurou como esposa. Na verdade com o casamento Sansão tinha o objetivo de procurar um motivo de discórdia com o povo dela, os filisteus.
Foi em evento envolvendo esse casamento que ele matou um leão com as próprias mãos e mais tarde encontrou um enxame de abelhas com mel dentro do corpo morto do leão. Ele tomou o mel com as mãos e foi comendo dele.
Depois ele utilizou esse acontecimento como um enigma que contou aos convidados durante a festa de casamento, o que o levou a matar 30 filisteus de Asquelom para tomar-lhes as roupas e dar aos convidados de seu casamento.

Sansão Ateia Fogo no Campo dos Filisteus Usando Raposas
Depois disso, a esposa de Sansão foi dada a um companheiro dele, e seu sogro o impediu de vê-la. Sansão então se vingou capturando 300 raposas e amarrou tochas em suas caldas, e as soltou nos campos e pomares dos inimigos filisteus.
Como retaliação, os filisteus queimaram sua esposa e seu sogro na fogueira, e Sansão se vingou disso realizando uma grande matança, e depois se escondeu no cume da rocha de Etã (Juízes 15:3-8).

Sansão Mata Mil Filisteus Com Uma Queixada de Jumento
Os filisteus foram até Judá procurar por Sansão, e os israelitas, amedrontados com a presença dos filisteus, foram até Sansão com três mil homens para entregar-lhe aos filisteus. Sansão deixou que os homens de Judá o amarrassem com duas cordas novas.
Quando ele foi entregue aos filisteus, o Espírito do Senhor se apoderou dele e ele soltou-se das cordas, pegou uma queixada de jumento e matou mil filisteus com ela (Juízes 15:9-16). Depois, quando sentiu sede, Sansão clamou ao Senhor por água e Deus fez com uma corrente de água brotasse de uma rocha em Leí.

Sansão Visita Uma Prostituta em Gaza e Arranca o Portão da Cidade
Sansão foi até Gaza, uma fortaleza dos filisteus. Nessa cidade ele se interessou por uma prostituta, e quando souberam que Sansão estava ali, os filisteus o cercaram durante a noite para matá-lo.
Porém Sansão se levantou à meia-noite e arrancou o portão da cidade com seus postes e sua tranca, e colocando tudo sobre os ombros, carregou até o cume do monte que está defronte de Hebrom.
Esse ato de Sansão significou a maior humilhação que ele poderia ter infligido contra seus inimigos, pois as portas das cidades simbolizavam sua força e poder nacional (Juízes 16:1-3).

Sansão e Dalila
Sansão se envolveu significativamente com mais uma mulher, Dalila. Essa mulher vivia perto de sua casa, e não se sabe ao certo sua nacionalidade, isto é, se pertencia ao povo de Israel, aos filisteus ou a outro povo.
Dalila foi persuadida pelos filisteus e aceitou suborno para descobrir a fonte da força de Sansão e contar aos filisteus. Em três tentativas Sansão resistiu a sua investida, mas num determinado dia, após Dalila acusá-lo de falta de amor, Sansão contou-lhe sobre sua condição como nazireu, e o significado de seus cabelos com relação à força sobrenatural que vinha da parte de Deus sobre ele.
Com essa atitude, Sansão violou completamente o voto de sua aliança, e o Senhor o desamparou (Juízes 16:4-20). Dalila então rapidamente chamou alguém para cortar o cabelo de Sansão enquanto ele dormia.

A Morte de Sansão
Após ter seus cabelos cortados, Sansão foi capturado. Os filisteus o cegaram e colocaram-no para trabalhar de maneira humilhante moendo os grãos (Juízes 16:4-21).
Durante a festa nacional dedicada ao deus Dagom, os filisteus levaram Sansão até o templo a fim de que ele servisse de chacota para a multidão que se acumulava ali. Sansão, profundamente arrependido, clamou ao Senhor pedindo por uma última vez a força sobrenatural que vinha sobre ele (Juízes 16:28).
Então Sansão abraçou as duas colunas principais que sustentavam o telhado daquele lugar e as arrancou de suas bases, fazendo com que tudo desmoronasse soterrando todos que estavam ali.
Na ocasião estavam presentes os príncipes dos filisteus e um grande número de pessoas, de tal modo que apenas no telhado havia mais de três mil pessoas. A Bíblia diz que em sua morte Sansão matou mais pessoas do que havia matado em toda sua vida (Juízes 16:22-30).
O corpo de Sansão foi recolhido e sepultado por seus irmãos entre Zorá e Estaol, no sepulcro de Manoá, seu pai.

Sansão Como Juiz em Israel
Sansão julgou Israel por vinte anos, e resolveu problemas em Dã e Judá. Muito provavelmente Samuel foi contemporâneo de Sansão durante algum tempo, de maneira que existe a possibilidade de talvez Sansão ter passado a residir em Hebrom enquanto Samuel estava em Mispa (1 Samuel 7:6).
Apesar dos grandes feitos, Sansão nunca conseguiu reunir um exército para combater os filisteus e libertar o seu povo.




Abraços e fique na paz do Senhor Jesus Cristo.

Neander Silvestre