Separado Para Deus

terça-feira, 6 de junho de 2023

Unidade Em Cristo

 


Quero começar esta postagem com uma reflexão que ouvi há muito tempo e nunca mais esqueci, que diz: "Na medida que Deus quer nos levar ao conhecimento da autentica comunhão cristã, é necessário que experimentemos a grande decepção quanto aos outros, quanto aos cristãos em geral, se tivermos a felicidade, também em relação a nós mesmos”.
"Veja como é bom e agradável que irmãos vivam lado a lado em união” (Sl 133.1). Naquilo que segue, quero analisar alguns conselhos e orientações que as Escrituras Sagradas nos dão a respeito da vida em comunhão sob a Palavra. Para um cristão, não é algo totalmente óbvio que ele possa viver em meio a outros cristãos. Jesus Cristo viveu em meio a seus inimigos. No final, todos os seus discípulos o abandonaram. Na cruz, Ele estava completamente sozinho, rodeado de malfeitores e zombadores. Foi para isso que Ele veio: para trazer a paz aos inimigos de Deus. Do mesmo modo, não cabe ao cristão o isolamento de uma vida monástica, mas a vida em meio aos inimigos. É ali que Ele encontra a sua missão, o seu trabalho. “O domínio deve ocorrer entre os inimigos. E quem não estiver disposto a isso, esse não quer fazer parte do domínio de Cristo. Esse quer estar entre amigos, ficar sentado num mar de rosas, longe dos maus e na companhia de gente piedosa. Escutem bem, seus blasfemadores e traidores de Cristo! Se Cristo tivesse feito o que vocês fazem, quem poderia ter sido salvo?” (Lutero). “Eu os semearei entre os povos, para que se lembrem de mim em lugares distantes” (Zc 10.9). 

Não Há Unidade Genuína Sem Decepção.

Esteja disposto a se decepcionar primeiramente com você, e depois com os outros.
Só criaremos um ambiente saudável de comunhão e unidade, em que o perdão, amor e graça são virtudes presentes, quando não divinizarmos o outro. 
Só cabe a reconciliação em ambientes de vulnerabilidade em que todos sabem que podem errar, e que podem, assim, serem alvo dos erros do próximo também.
Não há comunhão e unidade espiritual que seja forjada em um ambiente de total segurança. Unidade espiritual só se da na vulnerabilidade de nosso Ser, e na autenticidade de nossas limitações.
Muitos rompem facilmente com suas Igrejas locais e lideranças por não estarem abertos a decepção.
É claro que isso não diminui todo esforço e empenho da liderança em ser um Bom Pastor. Mas eu acredito que precisamos nos esforçar para sermos melhores cristãos um para com o outro a cada dia que passa, mas quando nós não conseguirmos ser, que possamos perdoar o nosso próximo e dar a chance de continuar tentando. Pois, um dia vou lhe decepcionar mas espero seu perdão. Ao mesmo tempo, digo, desejar ser o ultimo amigo, irmão, evangelista, missionário, pastor enfim, de cada um, justamente por acreditar que a fidelidade e lealdade a liderança não esta em nossa capacidade em si, mas na aliança que temos em Jesus, somente em Jesus.
Porque essa união, essa cumplicidade em adorar, em buscar a santidade vem somente Dele.
Comunhão cristã significa comunhão por meio de Jesus Cristo e em Jesus Cristo. Não existe comunhão cristã que seja mais do que isso ou que seja menos do que isso. Seja na forma de um único e breve encontro, seja na forma de uma comunhão diária ao longo de anos, a comunhão cristã não é outra coisa senão isso. Pertencemos uns aos outros unicamente por meio de Cristo e em Cristo.
O que significa isso? Significa três coisas. Em primeiro lugar, que um cristão necessita do outro por causa de Jesus Cristo. Segundo, significa que um cristão alcança outro cristão apenas por meio de Jesus Cristo. Terceiro, significa que fomos eleitos em Jesus Cristo desde a eternidade, que fomos aceitos por Ele neste tempo e que permaneceremos unidos por toda a eternidade.
Em primeiro lugar, o cristão é aquele que busca a sua salvação, a sua redenção, a sua justiça não mais em si mesmo, mas unicamente em Jesus Cristo. Sabe que a Palavra de Deus em Jesus Cristo o declara culpado, também quando ele não percebe ou não sente nenhuma culpa pessoal. Sabe também que a Palavra de Deus em Jesus Cristo o declara livre e justo, mesmo quando ele não sente nada em termos de justiça pessoal. O cristão não vive mais a partir de si mesmo, isto é, a partir de uma condenação que provém dele próprio e a partir de uma justificação própria; ele vive a partir da condenação e da justificação que vêm de Deus. Vive unicamente a partir da Palavra de Deus a respeito dele, em confiante submissão à sentença de Deus, seja ela uma palavra de condenação, seja uma palavra de justificação. 
A morte e a vida do cristão não são determinadas a partir dele próprio. Pelo contrário, ele encontra tanto a morte quanto a vida unicamente na Palavra, essa Palavra que se dirige a ele vinda de fora, a saber, a Palavra de Deus que se dirige a ele. Os teólogos da Reforma expressaram isso assim: nossa justiça é uma “justiça alheia”, uma justiça que vem de fora (extra nos). Com isso deixaram claro que o cristão depende da Palavra de Deus que lhe é anunciada. Ele se orienta para fora, na direção da Palavra que se dirige a ele. O cristão vive unicamente da verdade da Palavra de Deus em Jesus Cristo. Se alguém perguntar ao crente: “Em que consiste a sua salvação, a sua felicidade, a sua justiça?”, ele nunca poderá apontar para si mesmo. Pelo contrário, aponta para a Palavra de Deus em Jesus Cristo, a qual lhe promete salvação, felicidade, justiça. Em todos os momentos, fica com os olhos voltados para essa Palavra. Visto que diariamente tem fome e sede de justiça, sempre de novo ele busca essa Palavra redentora. E essa Palavra só pode vir de fora. Em e por si mesmo ele é pobre e está morto. A ajuda precisa vir de fora. E ela já veio e vem sempre de novo, dia a dia, na Palavra de Jesus Cristo, a qual nos traz redenção, justiça, inocência e felicidade. No entanto, Deus colocou essa Palavra na boca de pessoas, para que seja passada adiante ou anunciada entre as pessoas. Se alguém é alcançado por essa Palavra, logo passa essa Palavra adiante. A vontade de Deus é que busquemos e encontremos sua Palavra viva no testemunho de um irmão, isto é, na palavra falada por pessoas. Por isso o cristão necessita de outro cristão, que lhe fale a Palavra de Deus. Ele necessita desse irmão sempre de novo, quando passa a ter dúvidas ou fica desanimado. Porque ele não encontra ajuda em si mesmo, a menos que queira enganar-se quanto à verdade. Ele necessita do irmão como mensageiro e proclamador da palavra divina que salva. O crente necessita do irmão unicamente por causa de Jesus Cristo. O Cristo que está em meu coração é mais frágil do que o Cristo que está na palavra falada pelo irmão. O que está em meu coração é inseguro; o que o irmão anuncia é garantido. Desse modo aparece também com clareza o objetivo da comunhão dos cristãos: eles se encontram como proclamadores da mensagem da salvação. É nessa condição que Deus permite que eles se reúnam e lhes concede a dádiva da comunhão. É apenas por meio de Jesus Cristo e com base na “justiça alheia” que essa comunhão cristã se sustenta. Apenas podemos dizer isto: a comunhão dos cristãos deriva unicamente da mensagem bíblica, enfatizada pelos teólogos da Reforma, de que a justificação do ser humano se dá unicamente pela graça de Deus. É nela, e tão somente nela, que se fundamenta esse anseio dos cristãos de estarem uns na companhia dos outros. Em segundo lugar, um cristão entra em contato com outro cristão apenas por meio de Jesus Cristo. 
Entre as pessoas reina o conflito. “Ele é a nossa paz” (Ef 2.14), escreve Paulo a respeito de Jesus Cristo. Nele, a humanidade havia muito dividida se tornou uma outra vez. Sem Cristo, reina discórdia entre Deus e os seres humanos e entre uma pessoa e outra pessoa. Cristo se tornou o mediador e Ele trouxe paz com Deus e paz entre os seres humanos. Sem Cristo, não teríamos conhecimento de Deus, não poderíamos invocá-lo, não poderíamos nos aproximar de Deus. Sem Cristo, também não teríamos conhecimento do irmão e não teríamos contato com Ele. O caminho estaria bloqueado pelo próprio eu. Cristo desobstruiu o caminho que leva a Deus e ao irmão. Agora os cristãos podem viver em paz, uns na companhia dos outros. Podem amar e servir uns aos outros, podem se tornar um. Mas de agora em diante eles podem fazer isso unicamente por meio de Jesus Cristo. Apenas em Jesus Cristo somos um, apenas por meio Dele estamos ligados uns aos outros. Ele é o único mediador e o será por toda a eternidade. Em terceiro lugar, quando o Filho de Deus se fez carne, Ele assumiu o nosso ser, a nossa natureza, unicamente por graça.
Vamos juntos meus amigos a Unidade em Cristo e comunhão é um chamado e desafio a todos nós, que possamos viver segundo o evangelho de Cristo, Amém.



Abraços e fique na paz do Senhor Jesus Cristo.

Neander Silvestre

Crucificação

 

Visão Geral

A crucificação era um método de matar pessoas amplamente usado nos tempos primitivos. A vítima era pendurada numa cruz (geralmente feita de traves de madeira) e deixada lá até à morte. A crucificação era uma maneira cruel e dolorosa de morrer, considerada como a mais terrível forma de execução.

A crucificação de Jesus é a mais famosa na História. Jesus permitiu que os romanos o matassem porque assim se cumpria o plano de Deus, trazendo salvação aos pecadores. A morte de Jesus na cruz tornou possível a todos que crêem Nele serem perdoados de seus pecados e aceitos por Deus. O termo "cruz" é também usado na Bíblia de uma maneira simbólica. Jesus o usou para descrever o tipo de sacrifício que seus seguidores deveriam desejar. De forma semelhante, Paulo o usou para simbolizar a morte que ocorre quando um cristão se torna mais e mais semelhante a Cristo.

Como Os Gentios Crucificavam As Pessoas 

Bem antes de Jesus morrer, a crucificação era usada por muitos povos para punir criminosos e inimigos, sendo provavelmente os medas e persas os primeiros a praticá-la. Algumas vezes a pessoa era colocada no alto de uma tora pontiaguda fincada no chão. Noutras era pendurada numa cruz em forma de T ou na forma que a conhecemos hoje. 

Os romanos costumavam açoitar severamente a vítima, que em seguida era obrigada a carregar a cruz até o lugar em que ocorreria a crucificação. Lá, era amarrada ou pregada nela, com os pregos atravessando seus pulsos. Levantava-se a cruz , fixando-a num poste vertical. Um cartaz descrevendo o crime era pendurado no seu pescoço ou pregado na cruz. 

Seus calcanhares eram algumas vezes pregados no poste vertical e era colocado um pequeno assento ou suporte para os pés, para tornar o sofrimento mais longo. Essa forma de crucificação causava a morte por hemorragia ou asfixia e podia demorar vários dias. Quando queriam apressar a morte, os executores quebravam-lhe as pernas com um cacete. Depois da morte, seu corpo geralmente era deixado na cruz para apodrecer, embora algumas vezes fosse dado aos parentes para sepultá-lo.

Como Os Judeus Crucificavam As Pessoas 

A crucificação é mencionada poucas vezes no Velho Testamento. A Lei diz que se alguém fosse pendurado numa "árvore" (provavelmente numa cruz), o corpo tinha que ser removido antes do cair da noite.A vítima era considerada maldita por Deus e não era permitido que seu corpo contaminasse a terra (Deuteronômio 21:22-23, Gálatas 3:13). Em I Samuel 31: 9-10, lemos que os filisteus cortaram a cabeça do Rei Saul e penduraram seu corpo num muro. Dario, o rei persa, ameaçou pendurar num madeiro todo aquele que alterasse seus decretos (Esdras 6:11). Nos dias de Jesus, os judeus crucificavam as pessoas como os romanos. 

A Crucificação De Cristo

A Bíblia nos relata bastante sobre a morte de Jesus na cruz porque foi a razão principal de sua vinda à terra. Por causa de sua morte, seus seguidores podem ser aceitos por Deus. A crucificação e ressurreição de Cristo são os eventos mais importantes registrados na Bíblia. 

Jesus Prediz Sus Morte

Em pelo menos três vezes, Jesus disse claramente a seus discípulos que seria morto (Marcos 8:31; 9:31; 10:33-34). Semelhantemente, o evangelho de João menciona três vezes sobre o Filho do Homem (Jesus) ser levantado (João 3;14; 8:28; 12: 32-33) - uma referência à crucificação. E Jesus fez alusão à sua morte nas referências aos assassinatos dos profetas (Mateus 23:29-30; Lucas 13:33), em algumas parábolas (Mateus 22: 1-4; Marcos 12: 1-10) e em seus ensinos sobre a aproximação dos sofrimentos de seus discípulos (Mateus 10: 24-28; Marcos 8: 34-35, João 15: 18-25). A morte de Jesus foi uma parte importante de sua mensagem suprema e Ele queria que o povo compreendesse seu significado.

Pelo menos quatro fatos podem ser aprendidos nos evangelhos sobre a crucificação de Jesus: a "Paixão" de Cristo - seu sofrimento e morte - era a principal parte do plano de Deus para salvar os pecadores; tanto os judeus quanto os romanos tiveram responsabilidade na morte de Jesus; Sua morte seria seguida por Sua ressurreição, o que provaria que tudo que ensinou era verdade; Sua morte era a maneira pela qual entraria na glória eterna. 

Como Aconteceu A Crucificação De Cristo

Esse relato pode ser lido em Marcos 14:43 - 15:41, Mateus 25: 47 - 27:44, Lucas 22:47 - 23:38) e João 18: 2 - 19: 30). Cada evangelista enfoca aspectos diferentes, complementando-se e abordando de maneira diversa o significado desse fato. 

O Significado Da Crucificação De Cristo 

A morte de Cristo e a ressurreição que se seguiu estão no centro da fé cristã. A crucificação é significativa tanto por causa da pessoa envolvida como pelo que se cumpria com aquela morte. Não é de surpreender, portanto, que os primeiros cristãos falassem incessantemente sobre a crucificação de Cristo.

Os apóstolos que escreveram as cartas do Novo Testamento descreveram a crucificação de Cristo como o cerne do plano de Deus para prover salvação aos pecadores (Gálatas 3:1). Não é somente um fato interessante do passado. A morte de Cristo é algo sobre o qual cada pessoa em qualquer tempo deve tomar uma decisão a respeito. A pergunta é: Você aceita o que Cristo fez na cruz por você, ou não? Dependendo de como a responde, seu destino eterno (céu ou inferno) pende na balança.

Paulo foi um dos que escreveu com freqüência sobre a crucificação e um aspecto que enfatizava era o poder da cruz. A crucificação era uma maneira humilhante de morte. Era ofensiva tanto para os gregos que amavam a filosofia quanto para os judeus que se concentravam em obedecer às leis religiosas. Mas a morte de Cristo pela crucificação era especial no sentido em que revelava o poder de Deus para ressuscitá-Lo dos mortos e remover a culpa dos pecadores (I Coríntios 1:17 - 2:5).

Paulo prosseguiu explicando como a crucificação é a chave para o relacionamento direto com Deus. Somos pecadores e o pecado deve ser punido. Mas Jesus tomou sobre si a culpa de nossos pecados e morreu em nosso lugar (Romanos 4:25). Na cruz Ele recebeu o castigo que nós merecemos. Entretanto, quando nos comprometemos com Ele, uma mudança acontece porque recebemos a santidade de Cristo. Aos olhos de Deus nos tornamos perfeitos e podemos ser admitidos em Sua presença. Os teólogos usam palavras como "expiação", "redenção", propiciação" e "justificação" para descrever esse processo. Mas, crer em Cristo não é o fim da vida cristã. É mais do que isso. A morte de Cristo é vista como um modelo para a nossa conduta (Mateus 10:38; 16:24; Marcos 8:34; Lucas 9:23: 14:27). Como Jesus carregou sua cruz para o Calvário nas redondezas de Jerusalém, também devemos "carregar nossa cruz". Assim como Jesus morreu na cruz, assim cada um deve morrer para o seu ego. 

Quando escolhemos seguir a Jesus, devemos desejar abandonar todo o lado pecador de nosso velho estilo de vida. Tornar-se cristão é como ser crucificado e ressuscitar, espiritualmente falando. Passamos a ter uma nova vida e não podemos voltar para a anterior. Morremos para a nossa velha pessoa. Paulo disse que o cristão é "crucificado com Cristo" e assim "não sou mais eu que vivo" (Gálatas 2:20).



Abraços e fique na paz do Senhor Jesus Cristo.

Neander Silvestre