Separado Para Deus

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Isaque, Filho de Abraão e Sara


O nascimento de Isaque ocorreu em circunstâncias bastante incomuns. Deus havia prometido a Abraão que seria o pai de muitas nações, mas que da sua esposa Sara nasceria um filho que seria o pai do povo de Deus.
Mas, Abraão já tinha 99 anos e Sara tinha 89 anos.
Além disso, Sara já não tinha menstruação há muito tempo.
Deus informou então Abraão que no próximo ano lhe nasceria um filho, Isaque. Sara não acreditou no que ouviu mas, aos 90 anos, Sara foi mãe de Isaque.
Pertencendo à casa de Abraão e assim como tinha sido ordenado por Deus, Isaque e todos os seus descendentes teriam que ser circuncidados ao oitavo dia de vida, e assim aconteceu.
Quando Isaque tinha 5 anos, o seu irmão mais velho, Ismael, começou a zombar dele, provavelmente dizendo que era o primogênito de Abraão e que por direito teria de ser ele o pai do povo de Deus. Por isso, e sabendo das intenções de Deus, Sara convenceu Abraão a mandar Ismael embora junto com Agar. Deus continuou a cuidar de Ismael.
A Bíblia apenas fala novamente de Isaque numa altura em que, segundo a tradição judaica, Isaque já teria 25 anos. Nesta altura, Deus disse a Abraão: “Vai junto com o teu filho a quem tanto amas, Isaque, até ao monte Moriá e oferece-o aí como oferta queimada.”
Quando Abraão disse a Isaque para ir com ele ao monte Moriá para oferecer um sacrifício a Deus, Isaque perguntou ao seu pai pelo animal que teria de ser oferecido. Mas, Abraão respondeu-lhe: “Deus providenciará para si o ovídeo.”
Assim, fizerem uma caminhada de três dias até ao monte Moriá. Chegando ao cume do monte, fizeram um altar e depois, Abraão amarrou as mãos e os pés de Isaque. Nesta altura, Isaque tinha 25 anos e estava no auge da sua força. Abraão teria assim 125 anos e portanto, não teria força suficiente para amarrar o seu filho, contra a sua vontade. Assim, podemos notar que depois de Abraão informar Isaque que a oferta a Deus seria ele próprio, Isaque obedeceu e deixou-se amarrar para ser oferecido.
Quando Abraão ergueu a sua mão para matar Isaque, Deus não permitiu que ele o fizesse e ordenou que oferecesse antes um carneiro que tinha ficado preso nos arbustos.
Devido a esta grande prova de fé de Abraão e de Isaque, Deus voltou a prometer que Isaque seria o pai do Seu povo.
Algum tempo depois de Sara morrer, Abraão achou que já estava na altura de Isaque casar. Abraão queria uma boa esposa para o seu filho. Não queria que Isaque casasse com uma das mulheres de Canaã porque as cananeias adoravam deuses falsos. Por isso, Abraão chamou o seu servo e ordenou que voltasse a terra dos seus parentes e que trouxesse de lá uma boa esposa para Isaque.
O servo de Abraão apressou-se em ir, levando consigo doze camelos para esta longa viagem. Chegando perto de Harã, o servo de Abraão parou junto a um poço para descansar. Ali, orou a Deus e pediu: “Por favor, faça com que a mulher que tirar água do poço para mim e para os camelos, seja a mulher que escolheu para Isaque.”
Pouco tempo depois apareceu uma mulher cujo nome era Rebeca. Quando o servo de Abraão lhe pediu que lhe desse de beber, ela tirou água e deu-lhe. Depois, deu também de beber aos camelos. Isso deve ter dado muito trabalho pois a viagem tinha sido longa e o camelo é um animal que bebe muita água. Mas, Rebeca era uma mulher bondosa e não se importou.
Quando Rebeca terminou, o servo de Abraão perguntou-lhe como se chamava o seu pai e se poderia passar a noite na sua casa. Rebeca respondeu: “ O nome do meu pai é Betuel e ele concerteza não se vai importar se você pernoitar lá em casa.” O servo de Abraão sabia que Betuel era o filho do irmão de Abraão, Naor. Por isso, depois de ouvir essas palavras, ele ajoelhou-se e agradeceu a Deus por tê-lo guiado até à família de Abraão.
Naquela noite, o servo de Abraão contou a Betuel e ao seu filho, Labão, porque motivo tinha ido ali. Eles concordaram que Rebeca fosse com ele para casar com Isaque, e Rebeca também concordou. No dia seguinte, eles montaram os camelos e iniciaram a longa viagem até Canaã.
Chegando a Canaã, Rebeca viu um homem a passear pelos campos. Era Isaque que estava ansioso por conhecer a sua futura esposa. Quando viu Rebeca, Isaque apaixonou-se logo por ela e então, casaram-se.
É interessante que Isaque poderia ter dito ao seu pai que ele é que tinha que procurar uma esposa para casar. Mas, ele era obediente e sabia que o mais indicado era que se casasse com alguém que também amasse a Deus.
Mas, Isaque e Rebeca continuaram sem filhos durante 20 anos. Apenas quando Isaque já tinha 60 anos é que ele se tornou pai de dois filhos gémeos, Esaú e Jacó.
Isaque amava muito Esaú pois ele tornou-se caçador de animais e trazia-lhe bom alimento. Quando Isaque envelheceu ele começou a perder a visão. Estando prestes a morrer, ele chamou Esaú para receber a bênção de primogênito. Mas, Esaú tinha vendido o direito de primogênito ao seu irmão Jacó. Por isso, visto que Isaque não podia ver, Jacó enganou-o e recebeu a bênção de primogênito. Quando se apercebeu do que tinha feito, Isaque abençoou também a Esaú e mais tarde acabou por morrer.
Assim, Isaque tornou-se pai de duas nações. Esaú deu origem a Edom e aos edomitas.  Jacó deu origem a Israel e aos israelitas, o povo escolhido por Deus.




Abraços e fique na paz do Senhor Jesus Cristo.

Neander Silvestre


Hulda, A Profetisa


Hulda forma feminina de Helede, que significa “Duração da Vida; Sistema de Coisas”; ou, possivelmente: “Espálace”.
Esposa de Salum; profetisa que morava em Jerusalém durante o reinado do fiel Rei Josias, de Judá.
Quando Josias ouviu a leitura do “próprio livro da lei”, encontrado por Hilquias, o sumo sacerdote, durante a obra de restauração do templo, ele enviou uma delegação para indagar de Deus. Esta dirigiu-se a Hulda, a qual, por sua vez, transmitiu a palavra de Deus, que indicava que todas as calamidades decorrentes da desobediência, registradas no “livro”, recairiam sobre aquela nação apóstata. Hulda acrescentou que Josias, por se ter humilhado perante Deus, não contemplaria essa calamidade, mas que ele seria ajuntado a seus antepassados e levado ao seu cemitério em paz. — 2 Reis 22:8-20; 2 Crônicas 34:14-28.
Alguns consideram errada a profecia de Hulda, visto Josias ter morrido numa batalha desnecessária. (2 Reis 23:28-30) No entanto, a “paz” em que Josias seria ajuntado ao seu cemitério obviamente é contrastada com “a calamidade” que sobreviria a Judá. (2 Reis 22:20; 2 Crônicas 34:28) Josias morreu antes da vinda desta calamidade em 609-607 AEC, quando os babilônios sitiaram e destruíram Jerusalém. Além disso, que a expressão ‘ser ajuntado aos seus antepassados’ não necessariamente exclui ter uma morte violenta em guerra é indicado pelo uso da expressão comparável ‘deitar-se com os seus antepassados’, que se refere tanto à morte em batalha como à morte não-violenta.

Hulda - Uma Profetisa Influente
Ouvindo a leitura do “próprio livro da lei”, encontrado no templo, o Rei Josias ordenou que Safã e mais quatro altas autoridades fossem “consultar a Jeová” sobre o livro. (2 Reis 22:8-20) Onde essa delegação podia encontrar a resposta? Jeremias, e possivelmente Naum e Sofonias, todos profetas e escritores bíblicos, viviam em Judá naquela época. No entanto, a delegação se dirigiu a Hulda, a profetisa.
O livro Jerusalém — An Archaeological Biography (Jerusalém — Uma Biografia Arqueológica) comenta: “O que é digno de nota nesse episódio é que não há nenhuma conotação de (preconceito) sexista. Ninguém achou impróprio que uma comissão formada só de homens tivesse levado o Rolo da Lei para uma mulher o avaliar. Quando ela declarou que era a palavra do Senhor, ninguém questionou a autoridade dela para definir a questão. Esse episódio muitas vezes é despercebido por eruditos que avaliam o papel desempenhado por mulheres no Israel antigo.” Naturalmente, a mensagem recebida era de Deus.




Abraços e fique na paz do Senhor Jesus Cristo.

Neander Silvestre

Herodes


Após a menção do nome de Herodes, a pergunta que se deve  imediatamente seguir é: "Qual deles?". A história dessa mal afamada   família percorre todo o relato dos evangelhos e chega ao livro de Atos. A árvore genealógica resumida é como se segue:
Herodes, o Grande: Assassinou as crianças de Belém, numa tentativa de encontrar e matar o menino Jesus (Mateus 2:1-16).

Herodes Arquelau, Herodes Antipas, Herodes Filipe: Eram todos filhos de Herodes, o Grande. Arquelau assumiu o trono quando seu pai morreu. José foi avisado por Deus para evitá-lo e, assim, mudou-se com Maria e com Jesus para a Galiléia ao retornarem do Egito (Mateus 2:19-23). Arquelau foi mais tarde banido pelos romanos e substituído pelos supervisores que nomearam (depois de algum tempo foi Pilatos). Antipas e Filipe não receberam territórios menores (Lucas 3:1). Antipas era o "tetrarca" da Galiléia, e foi também o que tomou parte no julgamento de Jesus.

Herodes Agripa I, Herodes Agripa II: Neto e bisneto de Herodes, o Grande. Agripa I matou Tiago e aprisionou Pedro em algumas das primeiras perseguições contra a igreja. Ele foi ferido com vermes e morreu (Atos 12:1-23). Agripa II ouviu o apóstolo Paulo se defender e "quase foi persuadido" a se tornar cristão (Atos 25:13-26:32).

Sabemos um pouco de como Herodes (Antipas) era antes de participar do julgamento de Jesus. Sua perversidade era bem conhecida, e o próprio Senhor advertiu sobre sua influência imoral. ("Vede, guardai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes", Marcos 8:15.) Essa advertência se baseava, em parte, sem dúvida no modo em que Herodes se conduziu no caso de Herodias. Ela era esposa de Filipe, irmão de Antipas, mas este a seduziu e desposou (Marcos 6:17-18). João Batista o condenou quanto a isso e, por conseguinte, foi aprisionado. Herodias queria vê-lo morto, mas Herodes "temia a João, sabendo que era homem justo e santo". Mais tarde, porém, cercado de amigos, Herodes fez um juramento à filha de Herodias após ela o haver entretido com uma dança provocante. Como a mãe insistiu, a jovem pediu "num prato, a cabeça de João Batista" (Mateus 14:8). O orgulho de Herodes era muito grande e, em vez de recusar e passar pela vergonha diante dos amigos, ele ordenou a morte do inocente. Ações como essa lhe conseguiram uma reputação. Em algum momento, Jesus referiu-se a ele como "essa raposa" (Lucas 13:32).
A parte que Herodes teve no julgamento de Jesus resultou de um quadro de circunstâncias pouco comum. Herodes foi investido de autoridade somente sobre a Galiléia. A prisão e o julgamento de Jesus ocorreram em Jerusalém. Como, então, Herodes teve alguma participação? Aconteceu que Herodes estava de visita em Jerusalém no momento em que Jesus foi preso. Sua presença provavelmente foi uma estratégia política para permanecer nas boas graças dos judeus por meio da demonstração de respeito pela Páscoa deles. Pilatos, o procônsul da Judéia, estava com um problema. Ele sabia que Jesus era inocente e assim o afirmou ("Não vejo neste homem crime algum", Lucas 23:4). Mas, mesmo assim, precisava agradar os judeus. Quando soube que Jesus provinha da Galiléia, Pilatos viu uma possibilidade de escapar do dilema. Rapidamente enviou Jesus a Herodes, alegando que Jesus era da "jurisdição de Herodes" (Lucas 23:5-7). Lucas nos fornece o único relato do que aconteceu (Lucas 23:8-11).
A princípio, Herodes mostrou a alegria que sentia de, por fim, se encontrar com esse homem de quem tanto havia ouvido falar. Aliás, ele estava querendo ver Jesus há muito tempo e esperava testemunhar pessoalmente um milagre. Tinha muitas perguntas para Jesus, mas o Mestre não dava nenhuma resposta e nenhum "divertimento" para esse adúltero e assassino. E, assim, enquanto os judeus ouviam e continuavam o bombardeio de acusação infundadas, Herodes e seus soldados caçoavam de Jesus. Começaram a humilhá-lo, vestindo-o e enviando-o de volta a Pilatos. O desprezo de Herodes pelo Salvador era óbvio, mas ele não o podia condenar. Aparentemente, mandou dizer a Pilatos que ele, também, não achava em Jesus "nenhuma culpa" (Lucas 23:14-15). Nisso vemos algo da verdadeira natureza deste homem. Ele maltratou e humilhou alguém que era, segundo suas próprias palavras, inocente e tudo evidentemente numa tentativa de preservar uma boa posição política junto aos judeus. Certamente Jesus estava certo quando o chamou de "raposa".
Como devemos ver a participação de Herodes no processo que levou Jesus à morte? Os cristãos primitivos o consideravam uma peça principal de tudo o que ocorreu e o tinham por plenamente culpado. Para eles estavam juntos "Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel" no grupo que "se ajuntaram" contra Jesus (Atos 4:27). Será que ele alguma vez mudou? Ao que tudo indica, não. A História conta-nos que mais tarde ele foi banido pelo Imperador romano Calígula (sendo persuadido pelo próprio sobrinho de Herodes, Agripa I) e teve uma morte lamentável.
Herodes queria encontrar-se com Jesus. Ele tinha ouvido sobre as obras poderosas de Jesus e até esperava testemunhar um milagre. Mas, ao fim, considerava Jesus apenas uma curiosidade S um ninguém descartável para as ambições políticas dele. Desde então, quantos não se aproximaram do Senhor por curiosidade, para depois rejeitá-lo como Salvador em benefício de desejos próprios?




Abraços e fique na paz do Senhor Jesus Cristo.

Neander Silvestre

Habacuque, O Oitavo Profeta


Habacuque foi considerado o oitavo profeta menor, era da tribo de Levi, era cantor, compositor e profeta de Deus. Começou seu ministério profético no ano 606 a. C., quando exercia também a função de cantor-mor (maestro) do Coral Real de Israel. Durante o seu ministério profético, Habacuque escreveu um livro de três capítulos, que recebeu o seu nome: O livro de Habacuque.
Este livro foi dividido em três grandes partes, a saber: 

1-Habacuque clama por ajuda, perguntando até quando Deus permitirá que os iníquos continuem (Habacuque 1.1-2.1). 

2-Deus responde que Ele tem um tempo designado, quando proferiria o julgamento sobre os caldeus, opressores de Israel (Habacuque 2.2-20).

3-O profeta apela para O senhor Deus agir e ainda assim mostrar misericórdia durante o vindouro dia de aflição (Habacuque 3.1-19). 

A maior parte do Livro de Habacuque é um diálogo entre ele, como profeta, e O senhor Deus. Habacuque morou em Judá e foi o substituto do profeta Naum.
O Livro de Habacuque foi escrito no ano 600 AC, quando se iniciava no mundo o poderio babilônico. A Assíria fôra ferida de morte com a destruição total da capital, Nínive, no ano 612 AC, pelos caldeus. Estes, liderados por Nabucodonosor, venceram também o faraó Neco e subjugaram o Egito em 606 AC, e a seguir foi Jerusalém que caiu em suas mãos. Jeoiaquim, rei de Judá, ficou servo do rei da Babilônia. Foi nessa época que Habacuque começou o seu ministério profético.
O profeta Habacuque viu no horizonte profético a aproximação de dias negros para a nação de Israel, por conta dos babilônios, que executariam o juízo Divino contra os judeus, em razão da situação moral e religiosa da nação israelita encontrar-se caótica nessa época (Habacuque 1.2-4). O Livro de Habacuque se distingue dos demais livros proféticos porque o autor não se dirige promordialmente ao seu povo ou a outros povos, mas diretamente a Deus. Este livro encerra duas mensagens proféticas.
A primeira mensagem profética de Habacuque refere-se ao juízo de Deus, onde o profeta diz ao Senhor que não pode compreender como um povo tão ímpio como os caldeus tem a permissão Dele para exercer o juízo Divino sobre Judá (Habacuque 1.4-13; 2.4). Deus mostra a Habacuque que os caldeus, por causa da sua soberba e impiedade, serão destruídos. Os caldeus são cinco vezes amaldiçoados por Deus (Habacuque 2.6, 9, 12, 15, 19). Assim o profeta Habacuque pôde vislumbrar a decadência dos caldeus ainda no início do período de sua hegemonia. O livro encerra, portanto, preciosas lições sobre o domínio supremo de Deus. Vemos em Habacuque 2.14 e 3.3 uma clara alusão sobre o Reinado Universal de Cristo, quando ELE regerá a terra como "Rei dos reis e Senhor dos senhores" - (Apocalipse 17.14; 1ª Timóteo 6.15). A mensagem de Habacuque também é Cristocêntrica.
A segunda mensagem profética de Habacuque está na palavra de conforto, quando "o justo viverá pela fé" - (Habacuque 2.4). Essa é uma das mensagens centrais da Bíblia. Encontrâmo-la em Gênesis 15.6, no Velho Testamento. E no Novo Testamento essa mensagem é apresentada de modo muito mais abrangente em Romanos 1.17; Gálatas 3.11 e Hebreus 10.38.
Habacuque, o profeta cantor, que tinha uma fé triunfante, proclamou que nos dias maus (que se aproximavam), em meio a toda a impiedade e apostasia, a fé no Senhor era a única salvação. O Cristão pode, às vezes, experimentar momentos de incertezas e dúvidas, mas as aflições pelas quais passa fortalece-lhe a fé e dão-lhe forças para prosseguir. A oração do profeta, em Habacuque, é uma das mais belas obras poéticas do Velho Testamento, e a mensagem básica de Habacuque é o "viver pela fé" (Habacuque 2.4). 




Abraços e fique na paz do Senhor Jesus Cristo.

Neander Silvestre

Golias, Visão de Meter Medo


Golias - Quem Ele É
O nome Golias significa "grande". Golias era um gigante famoso da cidade filisteia de Gate. Por 40 dias, ele desafiou abertamente os exércitos de Israel, desafiando-os a enviar um homem para lutar com ele. Ele foi morto pelo jovem pastor, Davi, com um único tiro de uma pedra de sua funda (1 Samuel 17:4). Sua altura era de "seis côvados e um palmo", se um côvado é equivalente a 0.5m, então ele tinha 3 metros de altura. Golias tinha quatro irmãos, o que pode ser o motivo pelo qual Davi pegou cinco pedras para sua funda quando o enfrentou. Davi cortou a cabeça de Golias e a levou a Jerusalém, pendurando as armas do seu oponente na sua própria barraca (1 Samuel 17:51, 53). A espada de Golias foi posteriormente preservada em Nobe como um troféu religioso (1 Samuel 21:9). A vitória de Davi sobre Golias foi um ponto de viragem na sua vida.

Golias – O seu papel na Bíblia
Golias representa os muitos obstáculos e armadilhas que encontramos na vida, sejam eles espirituais ou físicos. Embora talvez nunca encontremos gigantes de carne e osso como inimigos físicos, com certeza encontraremos gigantes simbólicos que podem nos confrontar no reino espiritual e físico. Estes Golias tentarão nos conquistar, mas, como Davi, temos a graça de Deus ao nosso lado, e Deus nos dará poder para enfrentar e vencer esses gigantes enormes. Como Davi, podemos usar a menor de nossas armas para derrotá-los. Não precisamos de artilharia pesada para o trabalho, precisamos apenas do poder da oração, da Palavra de Deus e da graça de Deus para derrotar qualquer coisa em nosso caminho que nos mantenha temerosos.

Golias – Nossos próprios Golias
Quais são alguns dos Golias que enfrentamos na vida?

Intimidação. Infelizmente, os israelitas ficaram consternados e aterrorizados (1 Samuel 17:11). No entanto, Davi, um menino, enfrentou o inimigo com confiança. Davi confiou em Deus porque tinha um relacionamento com Ele, por isso podia resistir a qualquer intimidação.
O mundo incrédulo. O incrédulo se alegra quando o cristão é ineficaz. Entretanto, se você compartilhar o Evangelho e informar as pessoas sobre a ira de Deus e o julgamento do pecado, você pode experimentar um intenso ódio por parte do mundo incrédulo. Ainda assim, é nosso dever para com Cristo, como cristãos, pregar a verdade independente do custo e ajudar a cumprir a Grande Comissão.
Ignorância de nossas armas. Para lutar contra os inimigos do nosso mundo, devemos aprender a usar as armas espirituais ao nosso alcance. A vitória de Davi tinha mais a ver com as suas armas espirituais do que com suas habilidades com a sua funda. Quando estudamos a Palavra de Deus, vestimo-nos de uma parte vital de "toda a armadura de Deus" (Efésios 6:11). Somos desafiados a "Assim, mantenham-se firmes, cingindo-se com o cinto da verdade, vestindo a couraça da justiça e tendo os pés calçados com a prontidão do evangelho da paz. Além disso, usem o escudo da fé, com o qual vocês poderão apagar todas as setas inflamadas do Maligno. Usem o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus" (versículos 14-17).
Acreditar que você está sozinho na batalha. Hebreus 13:5-6 nos assegura: "’Nunca o deixarei, nunca o abandonarei’. Podemos, pois, dizer com confiança: ‘O Senhor é o meu ajudador, não temerei. O que me podem fazer os homens?’"
Não exercer fé. A fé é uma arma poderosa contra o inimigo, e exercitar essa fé, seja ela pequena ou grande, vai lhe trazer grandes recompensas. "O que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é que vence o mundo? Somente aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus" (1 João 5:4-5).




Abraços e fique na paz do Senhor Jesus Cristo.

Neander Silvestre


Filipe, O Apóstolo


Filipe Apóstolo foi um apóstolo de Cristo e mártir. Diz a tradição, através de Eusébio de Cesareia, que era casado, tinha duas filhas e teria realizado muitos milagres, inclusive revivido - não ressuscitado, assim como com Lázaro - um defunto em Hierápolis. Não deve ser confundido com Filipe, o Evangelista, o diácono que evangelizada Samaria, de acordo com a história relatada nos Atos dos Apóstolos.
Também diz a tradição que Filipe pregou o Evangelho na Palestina, Grécia e na Ásia Menor, onde, se diz, morreu crucificado e, a seguir, apedrejado no ano 80 d.C. em Hierápolis, na Frígia.
Filipe era natural de Betsaida, uma cidade da Galileia (João 1:44).
De acordo com o Evangelho segundo João (1:43), diz-se que Filipe foi chamado por Jesus para ser seu seguidor e que foi ele quem apresentou Natanael a Cristo.
Não se vê o nome de Filipe relacionado tão freqüentemente à vida de Cristo, como se vê o de Pedro, Tiago e João. Entretanto, quando realmente estudamos sobre ele, constatamos que foi verdadeiramente um grande Apóstolo. O primeiro ato de Filipe que vemos registrado na Bíblia é seu testemunho a Natanael sobre Jesus Cristo. (João 1:45)
É evidente em Filipe uma grande falta de sabedoria. Referiu-se a Jesus, por exemplo, como o filho de José (João 1:45) e, aparentemente, acreditava que era impossível alimentar as multidões (João 6:5-7). Demorou a perceber a divindade de Jesus Cristo (João 14:8, 9). Essa falta de percepção, porém, é compensada pelo fato de que colocou sua ignorância diante de Jesus Cristo e obteve respostas. Embora ele não foi tão perceptivo como eram alguns dos Apóstolos, ele parece não ter sido tão argumentativo como foi Pedro, segundo a ocasião descrita em Mateus 16:21-23. Ouvir em vez de falar sempre nos ajuda a aprender.
Freqüentemente os Cristãos mais usados são aqueles comparativamente desconhecidos, mas que são fiéis em cumprir pequenas coisas. Que elogio maior se pode fazer a um homem, senão dizer que trouxe seu irmão a Jesus Cristo. Pense no poder evangelístico que teríamos hoje se todos os Cristãos pudessem trazer todos os seus irmãos e irmãs a Cristo. Que força ampliada haveria para ir a Samaria e até os confins da terra com o Evangelho.
Há uma tendência a confundir Filipe o Apóstolo com o evangelista que foi a Samaria para pregar e que batizou o eunuco etíope. Houve dois Filipes. Esse último foi escolhido dentre os discípulos para livrar os Apóstolos do peso de servirem às mesas (Atos 6:2-5). Portanto, não teria sido um dos doze. Visto que no tempo da dispersão, quando os discípulos foram pregar em todo lugar (Atos 8:4), os Apóstolos permaneceram em Jerusalém (Atos 8:1), é provável que aquele Filipe que foi para Samaria (Atos 8:5) não seja o Apóstolo, mas o Filipe escolhido em Atos 6:5.




Abraços e fique na paz do Senhor Jesus Cristo.

Neander Silvestre


segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Ezequiel, O Profeta


Ezequiel é conhecido como o profeta das visões. Quase um terço de suas mensagens foram recebidas por meio de visões. Embora muitos estudantes da Bíblia tenham lido sobre algumas destas visões, como a da roda dentro de outra roda, ou o vale de ossos secos, a maioria não entende o real significado das mensagens destas visões.
As revelações de Ezequiel, apesar de parecerem muitas vezes estranhas e misteriosas, apresentam muita coerência quando estudadas no contexto dos eventos históricos ocorridos durante a vida de Ezequiel. O fundo histórico deste livro é o mesmo do de Jeremias. Daniel e Jeremias foram dois famosos contemporâneos de Ezequiel. Jeremias exerceu seu ministério profético na terra de Judá, advertindo o povo sobre a destruição de Jerusalém. Daniel ministrou na corte em Babilônia, servindo como estadista e profeta, e Ezequiel ministrou para os judeus exilados no cativeiro.

Ezequiel - O Homem E Sua Mensagem 
Ezequiel tinha quando foi capturado e levado para a Babilônia no ano 597 a.C. Ezequiel estava entre os reféns levados como resultado da segunda rebelião de Judá contra a Babilônia.
Naquela ocasião, 10 mil judeus, consistindo na maioria de artífices,líderes e militares, que ocupavam postos de importância, foram levados cativos para Babilônia. Esta foi a segunda leva de reféns.

Os Tempos
O primeiro grupo de reféns, que incluiu Daniel e seus companheiros, passou a viver na corte, em Babilônia. O segundo grupo, maior, foi levado para um acampamento ao Norte da Babilônia, perto do rio Quebar ( Ezequiel 1.1). É possível que devido a influência de Daniel, estes reféns tivessem permissão de ficar juntos, recebendo terras para cultivo e certo grau de liberdade civil e religiosa. Isto demonstra claramente o plano minucioso de Deus. Para purificar a nação de Israel de suas práticas idolátricas, foi necessário manter o povo separado dos babilônios. Da mesma maneira Deus manteve o Seu povo separado dos egípcios durante o cativeiro naquela terra.
Infelizmente, existiam falsos profetas entre os judeus, os quais persuadiam o povo a resistir a seus captores babilônios. Estes falsos profetas prediziam uma queda iminente da Babilônia, e, deste modo, os judeus poderiam regressar à sua terra. Por causa desse ensino o povo recusou a “desfazer a bagagem” e fixar residência no novo ambiente da Babilônia. Jeremias e Ezequiel ensinaram o povo a aceitar o cativeiro, em vez de se rebelarem, uma vez que Jerusalém logo seria destruída e os cativos iriam permanecer em Babilônia por muitos e muitos anos.(Jeremias 29).

O Homem Ezequiel
Ezequiel foi ao mesmo tempo sacerdote e profeta. Assim, sua mensagem é repleta de referências ao templo. Ele condena o sacrilégio na casa do Senhor, prediz a destruição do templo e vaticina a sua reconstrução. Sabemos muito pouco a respeito da vida particular deste profeta. Ele era provavelmente membro de uma das famílias mais importantes, pelo fato de ser levado cativo com o segundo grupo de prisioneiros. Sabemos que os anciãos procuravam regularmente seus conselhos ( Ezequiel 12.1; 14.1); e que ele foi um homem feliz no seu casamento. Sua esposa morreu repentinamente no dia da destruição de Jerusalém. As datas de suas profecias indicam que ele ministrou por um período de quase 22 anos (592-570). As tradições afirmam que seu ministério findou de repente, ao ser morto por um judeu irado, acusado pelo profeta de praticar idolatria.

A Mensagem De Ezequiel
As profecias de Ezequiel são cuidadosamente datadas e bem organizadas. A primeira seção do livro registra a visão que ele teve da gloria de Deus.
Seu trono. Esta visão, o profeta teve logo após iniciar seu ministério ( Ezequiel 1-3). Ela revela a verdade fundamental que Deus está soberanamente no controle de todos os eventos que ocorrem na terra. Nos capítulos 4 a 24, vemos a glória de Deus saindo do templo e a iminente destruição do mesmo. Esta seção é assinalada por sinais e parábolas que descrevem a destruição de Jerusalém.
Os capítulos 25-32, foram escritos durante o sítio de Jerusalém, período em que Ezequiel deixou de falar aos judeus que ignoraram seus ensinamentos, passando a escrever sobre o futuro das nações ao redor de Israel.
 Na seção final de Ezequiel (caps. 33-48), seu tom que antes era de advertência e calamidade, muda agora para o de conforto e esperança. Quando a cidade de Jerusalém e o templo foram destruídos a maioria do povo foi levada cativa; o povo havia perdido a esperança e estava pronto a reconhecer seus pecados.
Eles precisavam ouvir a mensagem de perdão e restauração. Nesta seção Ezequiel prediz a conseqüente restauração do templo e a volta da glória de Deus, como é mostrado a seguir:
I. A Glória de Deus Aparece (Ezequiel 1-3).
II. A Glória de Deus se Retira (Ezequiel 4-24)
III. Profecias Concernentes às Nações (Ezequiel 25-32).
IV. A Glória de Deus Retorna (Ezequiel 33-48).

Uma Visão De Deus - (Ezequiel 1)
Ezequiel foi um dos poucos homens a ter uma visão do céu e continuar vivo para contar esta tremenda experiência. Ele ficou tão pasmo e admirado com a visão que permaneceu atônito por sete dias. Neste Texto, estudaremos os detalhes da visão celestial de Ezequiel.

O Que Ele Viu
No trigésimo ano de Ezequiel, cinco anos após ter sido levado cativo para a Babilônia, ele teve uma visão de uma nuvem tempestuosa vinda do norte. Esta, tinha no centro algo como metal brilhante e um resplendor ao seu redor.
Quando a nuvem se aproximou, ele viu quatro seres viventes voando de um lado para outro dentro daquela luz resplandecente.
Na descrição de Ezequiel, essas criaturas tinham cada uma quatro rostos de homem, de boi, de Leão e de águia. Além disto o aspecto dos seres viventes era como carvão em brasa, à semelhança de tochas, e, ziguezagueavam à semelhança de relâmpagos. O movimento e suas asas produzia um som como do rugido de muitas águas. Entre esses seres havia como carvão em brasa e perto deles haviam grandes rodas que tocavam na terra e alcançavam os céus.
As rodas podiam ir em quatro direções, e não se viravam quando giravam. Nos aros das rodas haviam olhos cintilantes. As rodas, como as criaturas de quatro rostos, eram ativadas e controladas pelo espírito dos seres viventes, obedecendo instantaneamente a cada ordem que lhes era dada. Todos esses objetos e criaturas estavam em movimento e criando um som ensurdecedor, quando de repente tudo silenciou. O silêncio total foi quebrado pelo som de uma voz que vinha do alto.
Ezequiel olhou em direção aonde vinha a voz e viu, acima de uma expansão cristalina, um trono de safira azul.
No meio do trono encontrava-se a glória de Deus na forma de fogo e metal incandescente, circundando o trono havia um arco-íris com um resplendor multicor.

Explicando a Visão
Inicialmente a visão parece confusa e misteriosa, mas a sua importante mensagem será esclarecida à medida em que a estudarmos em profundidade. Para entendermos esta visão, é necessário compreendermos o significado das palavras semelhança ou parecido com, que são usadas 15 vezes neste capítulo. A visão é na verdade uma representação simbólica do mundo espiritual invisível, de maneira que o significado não se restringe aos objetos visíveis, mas no significado espiritual que eles representam. Por exemplo, a nuvem tempestuosa representa a vinda do julgamento divino sobre Jerusalém. Note que assim como a nuvem veio do Norte, o exército da Babilônia igualmente procedeu do Norte.
Deus, pessoalmente, estava entronizado no centro, diretamente acima da nuvem do juízo. Ele é aqui retratado num trono com rodas, cercado de servos que o atendiam no que desejasse. O símbolo do trono com rodas serve para demonstrar a universalidade de Deus. Sua presença e Seu poder não estavam limitados ao templo em Jerusalém. Ezequiel usou a visão do trono divino para assegurar aos judeus cativos que Deus permanecia com eles até mesmo no cativeiro, e que estava sempre no controle soberano de todos os eventos que acontecessem em suas vidas.
O vasto espaço azul entre Deus e Suas criaturas, representa a santidade de Deus. (Veja o paralelo com o mar, Apocalipse 4.) Sua presença como a de um fogo ardente, representa Sua justiça, enquanto que o arco-íris representa Sua misericórdia e fidelidade para com aqueles que O amam.
As rodas gigantescas simbolizam os atributos da onisciência de Deus (olhos nos aros das rodas) e Sua onipresença (rodas dentro das rodas). Nenhuma pessoa ou lugar está escondido da vista de Deus, ou pode escapar da Sua presença. Os quatro seres junto ao trono possuem uma aparência radiante porque refletem a glória d'Aquele a quem eles servem. Eles são identificados com os querubins que ornamentavam o tabernáculo, dos quais é feita referência no livro de Apocalipse (Ezequiel 10.15,20; Apocalipse 4.6-8). Suas características de inteligência, atitudes de servo, poder e natureza celestial, são representadas nas faces: do homem, do boi, do leão e da águia. Esses seres que tinham mãos para servir e asas para mobilidade, moviam-se, ao impulso das ordens de Deus.
A aparência de fogo resplandecente sobre a nuvem e os relâmpagos que dela saíram, falam do julgamento divino prestes a acontecer. O propósito desta visão foi ensinar Ezequiel a importante verdade de que o julgamento divino sobre Israel era iminente e inevitável, mas Deus, que estava sentado sobre o trono, acima de tudo, estava no soberano controle de cada detalhe, de cada evento que ocorreu na vida dos judeus.
Deus é um Deus universal que nunca abandona o Seu povo, nem se esquece de Suas promessas para com eles. Assim como Ezequiel viu o trono de Deus acima das nuvens tempestuosas e foi levado a lembrar-se da autoridade suprema de Deus, nós também somos encorajados a lembrarmos e reconhecermos o soberano controle de Deus sobre todos os eventos de nossa vida.

A Voz De Deus - (Ezequiel 2-3)
A primeira parte da visão celestial de Ezequiel foi caracterizada por barulho e movimento. Os querubins, brasas e rodas que ziguezagueavam à semelhança de relâmpagos, criavam um tremendo som como o rugido de muitas águas. Em seguida, todo movimento cessou e toda criatura parou para ouvir com atenção a voz de Deus. Estudaremos a mensagem de Deus a Ezequiel, registrada nos capítulos 2 e 3, prestando especial atenção aos mandamentos que foram dados ao profeta, concernentes ao seu ministério.

Pregar com Coragem (Ezequiel 2:1-7)
Deus não chamou Ezequiel para ser um missionário aos estrangeiros, mesmo enquanto estava em Babilônia. Sua tarefa especial era ministrar ao seu povo, os judeus (3.6). Ele foi enviado aos judeus rebeldes e endurecidos que lhe faziam companhia durante o cativeiro em Babilônia. Deus avisou a Ezequiel que o seu ministério não seria fácil. Os judeus, em sua rebelião, iriam responder à mensagem de Ezequiel com palavras que iriam feri-lo como picadas de “escorpiões”, “sarças e espinhos”. Apesar disto, Ezequiel foi encorajado a não perder a esperança, mas ministrar fielmente a Palavra de Deus à sua geração. “Mas tu lhes dirás as minhas palavras, quer ouçam quer deixem de ouvi,; pois são rebeldes.” (2.7).

Alimentar-se da Palavra (Ezequiel 2.8-33)
Deus deu um solene aviso a Ezequiel de que ele mesmo seria tentado a rebelar-se contra Deus, e mostrou-lhe que a única maneira de evitar este erro, seria fazer com que a Palavra de Deus se tornasse parte do seu próprio ser. Isto é simbolizado pelo mandamento dado a Ezequiel, de comer o pergaminho.

“Tu, Ó filho do homem, ouve o que eu te digo, não te insurjas como a casa rebelde; abre a boca e come o que eu te dou.” (2.8) 

Esta admoestação para “devorar” a Palavra de Deus é igualmente importante para os líderes cristãos de hoje. A exemplo do que Deus mostrou a Ezequiel, até mesmo um dedicado obreiro pode ser tentado pelos mesmos pecados que ele condena em outros. ( Gálatas 6.5.) Como Ezequiel, o obreiro cristão deve alimentar-se da Palavra de Deus até que ela se tome uma parte de seu próprio ser (2 Timóteo 3.14,15).
Como Jeremias, Ezequiel achou a Palavra de Deus doce ao seu paladar (Jeremias 15.16; Ezequiel 3.3). João teve uma experiência semelhante, mas quando ele comeu a Palavra de Deus, simbolicamente, ele a achou doce ao paladar, mas amarga no seu estômago. Isto não é uma contradição, e serve para reforçar o fato de que a mesma mensagem que alegra o crente com esperança, também o faz lembrar do amargo destino que aguarda o incrédulo(Apocalipse 10.9-11).

Aborrecer o Pecado (Ezequiel 3.4-14)
Havendo passado algum tempo na santa presença de Deus, Ezequiel levantou-se com uma nova atitude a respeito do pecado. Ele lamentou profundamente e ficou extremamente irado com este mal. Através desta experiência, o profeta teve uma compreensão clara do horror e da amargura que Deus sente por causa do pecado. Também o contraste entre a santidade de Deus e a imoralidade do povo, deixou Ezequiel aborrecido com o pecado. Isto pode ser visto no seguinte versículo: “Então, o Espírito me levantou e me levou; eu fui amargurado na excitação do meu espírito...” (Ezequiel 3.14).
  
Preocupar-se com o Pecador em Condenação ( Ezequiel 3.15-23)
A visão de Deus foi tão grandiosa que Ezequiel ficou mudo por um período de sete dias. Depois Deus falou a Ezequiel uma segunda vez, lembrando-o de suas responsabilidades para com os pecadores e incrédulos. Cabia ao profeta avisar ao pecador da necessidade de arrepender-se dos pecados. Se ele falhasse nesta missão, teria de dar contas a Deus por sua negligência. Da mesma maneira Ezequiel não deveria hesitar em responder ao homem justo que porventura viesse a cair em pecado. Se este homem continuasse em seus pecados porque não fora avisado da ira e da justiça de Deus, Ezequiel seria responsável por isso diante de Deus (Ezequiel 3.16-21).
Este ministério de advertência quanto à justiça divina e o julgamento do pecador, compara-se ao trabalho de um vigia (atalaia) (Ezequiel 3.17). O guarda tinha que permanecer na torre, e ficar de olhos abertos para detectar qualquer ataque que viesse do exército invasor. Tendo visto o inimigo, sua responsabilidade era avisar sem demora o povo para que pudesse salvar sua vida. Da mesma maneira o obreiro cristão deve permanecer como um vigilante para avisar ao mundo do juízo divino que virá sobre cada um. O obreiro deve propagar ao mundo a mensagem de Deus, para que o povo seja salvo da maldição eterna do pecado. 

Pregar Somente a Palavra de Deus (Ezequiel 3.24-27)
Deus avisou a Ezequiel que, após a visão, ele permaneceria parcialmente mudo. Poderia pregar somente quando Deus lhe desse uma mensagem. Não poderia pregar suas próprias palavras ou pensamentos, a tempo e à hora que quisesse ( Ezequiel 3.26). Imagine o efeito positivo se Deus limitasse os pregadores de hoje da mesma maneira que fez com Ezequiel.  Quão mais proveitoso para o reino de Deus seria se todo pregador somente falasse sob a convicção de estar entregando a mensagem da Palavra de Deus, e sob a direção do Espírito Santo! Infelizmente muita pregação é feita sem esquadrinhamento do coração, sem preparação e sem oração.
Há pregadores que, por terem sucesso em suas pregações, poucos estudam a Bíblia, e passam a pregar de improviso, para prejuízo do seu ministério. Mais eficiente seria a nossa pregação se ela fosse sempre baseada na cuidadosa compreensão da Palavra de Deus, e, entregue somente segundo a vontade do Espírito Santo de Deus. 

A Glória De Deus Afasta-se (Ezequiel 4-11) 
O tema central dos capítulos 4 a 24 é a predição da destruição de Jerusalém. Ezequiel registra os detalhes da iminente destruição e justifica esta ação do julgamento de Deus sobre os pecados do povo. A visão predominante nesta seção é a saída da glória de Deus do templo, marcando o início da destruição final do mesmo. 

A Profecia da Destruição (Ezequiel 4-7) 
As mensagens sobre a destruição de Jerusalém jamais seriam bem recebidas, por isto Ezequiel procurou falar sobre o assunto por meio de “sermões ilustrados”. Como exemplo, ele gravou o mapa da cidade de Jerusalém num tijolo e colocou ao redor do desenho da cidade uma cerca em miniatura, feita de armas usadas naquele tempo. Tomou também uma sertã de ferro e colocou-a por muro de ferro entre ele (o profeta) e a cidade. Quando os curiosos lhe fizeram perguntas a respeito deste cenário ele explicou que a destruição de Jerusalém era iminente; e sendo a sertã um muro de ferro, os pecados dos judeus os separavam de Deus.
Em outro sermão ilustrado, ele cortou seu cabelo e dividiu-o em três partes. Uma parte foi queimada, outra foi cortada com uma espada e a terceira parte foi espalhada ao vento. Uma pequena porção dos cabelos foi separada e colocada nas abas da veste de Ezequiel. Quando lhe perguntaram o significado daquele ato, Ezequiel explicou-lhes que Jerusalém iria sofrer um cerco muito prolongado. Um terço dos habitantes da cidade iria morrer em conseqüência de doenças e por falta de alimentação (o cabelo queimado); um terço seria morto pelos agressores (cabelo cortado) e um terço seria espalhado no cativeiro (cabelo espalhado ao vento). Os cabelos que foram guardados nas abas de sua veste, representavam pequeno grupo dos pobres que permaneceriam na terra. 

O Quarto Secreto (Ezequiel 8-9)
Cerca de um ano após a visão do trono de Deus, Ezequiel teve outra visão, na qual a mesma pessoa que estava sobre o trono apareceu novamente e o levou a Jerusalém. Lá foi mostrado ao profeta a profanação do templo e da cidade.
É muito provável que esta personagem tenha sido o próprio Cristo. Sua descrição é exatamente igual à da pessoa que estava sentada no trono. (Ezequiel 1.27 e 8.2.) A cena aqui apresenta exatamente um paralelo com a visão de Isaías, que viu Cristo sobre o Seu trono. (Isaías 6 e João 12.40,41.).
Nesta visão Ezequiel foi levado a um quarto secreto, no lugar mais reservado do templo, e ordenado a cavar um buraco na parede. O buraco que foi cavado revelou um número de líderes judeus que, secretamente, adoravam ídolos, dizendo: “... O SENHOR não nos vê...” 
Esta visão nos faz lembrar novamente que não existe pecado algum que possa ficar escondido de Deus. Vemos ainda que a resposta de Deus a uma vida de hipocrisia é o julgamento. Deus declarou que o juízo sempre começará com os líderes religiosos que comprometem Sua chamada divina, por causa de pecados ocultos. Note que os homens usados por Deus para punir Israel foram instruídos a começar com os anciãos que eram religiosos, mas, cheios de hipocrisia:

“... começai pelo meu santuário. Então, começaram pelos anciãos que estavam diante de casa.” (9.6,7). ( 1 Pe 4.17.) Aqueles que continuaram fazendo a vontade de Deus, formavam um marcante contraste ante os anciãos hipócritas. Os que lamentaram os pecados de Jerusalém, receberam uma marca na testa, para que fossem salvos do juízo divino. 

“e lhe disse: Passa pelo meio da cidade, pelo meio de Jerusalém, e marca com um sinal a testa dos homens que suspiram e gemem por causa de todas as abominações que se cometem no meio dela.” (Ezequiel 9.4). (Compare 2 Timóteo 2.19 e Apocalipse 7.3,4.) 

A Glória de Deus Afasta-se (Ezequiel 10-11)
O afastamento da glória do Senhor do templo, é o evento-chave da primeira metade do Livro de Ezequiel. Este evento significa a condenação dos pecados de Israel que resultou na retirada da presença de Deus e da Sua proteção. Este foi o último passo antes da total destruição de Jerusalém. Ezequiel relata a glória de Deus afastando-se, fato este simbolizado na nuvem que se afasta do templo. Acompanhe a seqüência deste fato.

1. A glória divina se deslocou para a entrada do templo, mas retornou para a arca do concerto. 
2. A glória do Senhor se levantou sobre a arca novamente, deslocando-se para a entrada da casa do Senhor. 
3. A glória saiu pela porta oriental da casa. 
4. A glória saiu para o monte das Oliveiras, e depois foi embora.

Note que a glória de Deus é retratada como saindo do templo, com relutância. Como um amante rejeitado, esperando ansiosamente uma resposta de sua amada.
Deus não estava querendo deixar o santuário do Seu templo, mas os pecados do povo forçaram-no a fazê-lo.  Com paciência, Deus esperou que eles se arrependessem, mas ao invés de arrependimento, o número de ídolos aumentou a ponto de não haver mais lugar para adoração a Deus. Note que o símbolo da presença de Deus partiu em direção a Leste. Esta foi a direção para onde os cativos foram levados para Babilônia. Somente lá, em uma terra longínqua e forasteira, é que o povo de Deus renovaria a sua comunhão com Ele, recebendo assim um coração e espírito renovados.

“Dar-lhes-ei um só coração, espírito novo porei dentro deles; tirarei da sua carne o coração de pedra e lhes darei coração de carne.” (Ezequiel 11.19) 

Sermões Em Forma De Parábolas (Ezequiel 12-19)
Pelas notícias que chegavam a Babilônia vindas de Jerusalém, o povo judeu exilado ficou sabendo dos planos do povo da sua terra natal, de rebelar-se contra Babilônia, ao mesmo tempo que os falsos profetas estavam enganando o povo, fazendo-lhes crer que a rebelião teria êxito. Os cativos judeus em Babilônia acataram as ilusões de vitória e liberdade, e se colocaram contra o profeta Ezequiel. Ele tornou-se cada vez menos popular e menos influente e, para ter a atenção do povo, o profeta começou a dramatizar e ilustrar mensagens como dramas e parábolas. 

 Mudanças de Residência (Ezequiel 12)
O profeta Ezequiel dramatizou um dos seus sermões tirando toda a sua mobília para fora da sua casa e abrindo um buraco na parede. Às escuras, ele saiu de sua casa e transportou a sua bagagem à vista do povo.
Quando o povo o questionou sobre esta conduta estranha, ele explicou que estava ilustrando uma profecia ao vivo. O profeta estava demonstrando como Zedequias, o rei de Judá, procuraria escapar das mãos dos babilônios, cavando um buraco no muro da cidade, tentando passar entre as fileiras do inimigo. Porém, como estava predito, o rei de Judá seria tomado cativo, e levado a Babilônia como prisioneiro. É marcante notar que esta profecia teve o seu fiel cumprimento em Jeremias 39.4-7.
  
Ídolos no Coração (Ezequiel 14)
É possível que as notícias acerca da rebelião de Zedequias tenham induzido alguns dos líderes judeus exilados a procurar Ezequiel para ouvir os seus conselhos. Tudo indica que estes homens tinham deixado a idolatria, e se tornado piedosos. Porém, Deus que vê os corações, avisou ao seu servo Ezequiel: “... estes homens levantaram os seus ídolos dentro do seu coração ...“. Esta mensagem é típica dos escritos de Ezequiel. O profeta constantemente enfatizava a necessidade de uma mudança de coração, bem como uma mudança de ações. Mais tarde ele lhes entregou a seguinte mensagem:

"... Convertei-vos e desviai-vos de todas a vossas transgressões; e a iniqüidade não vos servirá de tropeço. Lançai de vós todas as vossas transgressões com que transgredistes e criai em vós coração novo e espírito novo; pois, por que morreríeis, ó casa de Israel?” (Ezequiel 18.30,3 1) 

 A Parábola da Órfã (Ezequiel 16)
Nos capítulos l5-16, Ezequiel usou duas parábolas para ilustrar a condição desviada de Israel, e a sua necessidade de castigo.
A segunda parábola (cap. 16) conta a história de um homem bondoso que encontrou uma criancinha abandonada num deserto. A pequena menina estava destinada à morte, mas o homem a amou, socorrendo-a e criando-a como se fosse sua própria filha. Com o passar dos anos, a menina tornou-se uma bela mulher, e o seu benfeitor casou-se com ela. Infelizmente, a mulher não foi fiel ao seu marido. Ela caiu em adultério e, à medida que seus pecados aumentaram, até seus amantes passaram a odiá-la. Um dia, eles roubaram-na e apedrejaram-na. Apesar de tudo isto, o marido não perdeu o amor pela esposa. Ele lembrou-se dos seus votos e trouxe-a para casa.

Na aplicação desta história a Si mesmo, Deus diz:

“Mas eu me lembrarei da aliança que fiz contigo nos dias da tua mocidade e estabelecerei contigo uma aliança eterna.” (Ezequiel 16.60) 

 A Alma Que Pecar, Morrerá (Ezequiel 18; 19)
Para os exilados, era conveniente atribuir seu cativeiro aos pecados de seus pais. Eles recusaram admitir sua culpa pessoal, e assim, não viram nenhuma necessidade de arrependimento. Seu provérbio predileto era: “... Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram?”. Ezequiel criticou a atitude irresponsável deles, explicando-lhes que cada pessoa dará conta de si mesmo a Deus. Assim como o bom pai não pode, por si mesmo, salvar seu filho, o pai pecador não traz, necessariamente, condenação sobre seu filho. O filho tem que fazer sua própria decisão diante de Deus.
Do mesmo modo, o homem que vive em pecado, pode arrepender-se, por livre arbítrio, escolher o arrependimento. “Mas se o perverso se converter de todos os pecados ... certamente, viverá; não será morto. De todas as transgressões que cometeu não haverá lembrança contra ele...”. A mensagem que este trecho ensina, é bem clara e aplicável para os nossos dias. Ninguém precisa sentir-se condenado e destinado a uma vida pecaminosa, devido os pecados dos seus pais.
Da mesma forma, uma pessoa criada num lar piedoso, não pode alegar que é salva pela simples razão de seus pais serem salvos e tementes a Deus. Cada indivíduo tem responsabilidade pessoal perante Deus quanto à salvação da sua alma. É igualmente animador saber que o pecador não é escravo do seu passado. Se, sinceramente, ele voltar-se para Deus, terá uma nova vida, livre da escravidão do pecado.
Apesar dos muitos apelos de Ezequiel para o povo voltar a servir a Deus e viver em santidade, a tragédia da destruição causada pelo pecado continuou em Judá. O capítulo 19 é um lamento na forma de parábola, acerca de três homens que enfrentaram o juízo divino por causa dos seus pecados: O rei Joacaz (o primeiro filhote de leão), o Rei Joaquim (segundo filhote) e Zedequias (o galho queimado). Estes homens tomaram-se exemplos vivos da declaração de Deus. “A alma que pecar essa morrerá...”. 

Procurei Por Um Homem e Não Achei (Ezequiel 20-24)
Os capítulos 20 a 24 de Ezequiel dão uma vívida descrição dos pecados de Jerusalém e descrevem Deus procurando um homem que pudesse ser colocado entre Ele e o povo, para que não tivesse que destruir a cidade. Infelizmente, Deus não achou ninguém para preencher tal lacuna e a cidade de Jerusalém caiu nas mãos dos babilônios. 

O Catálogo dos Pecados (Ezequiel 20.21)
A profecia do capítulo 20 é datada como sendo do sétimo ano do cativeiro de Ezequiel. Isto ocorreu dois anos antes do começo do cerco de Jerusalém. Naquela época os exilados estavam animados pela notícia de que Zedequias iria se aliar com o Egito numa rebelião contra a Babilônia. Preocupados com os iminentes eventos, alguns dos líderes exilados vieram pedir conselhos a Ezequiel. Eles estavam ansiosos por causa da incerteza do futuro, mas não queriam admitir a necessidade de arrependimento de seus pecados. O profeta Ezequiel condenou seus pecados e deu-lhes uma “lição de história”, catalogando os pecados de Israel desde a fundação da nação, até aquela época.
O problema básico de Israel era o seu amor para com o mundo e sua obstinação em não se separar dos outros povos: “... isto que dizeis: Seremos como as nações, como as outras gerações da terra, servindo às árvores e às pedras.” (Ezequiel 20.32). Este estilo hipócrita de vida havia se tomado tão comum em Jerusalém, que era comum uma pessoa oferecer sacrifício humano a um deus pagão e, logo a seguir, ir ao templo “adorar” ao Deus verdadeiro. Era uma atitude religiosa pagã e hipócrita. 

Deus a Procura de Um Homem (Ezequiel 22)
Na revelação dos pecados de Jerusalém, Deus declara ter procurado em vão um homem para salvar a cidade.

“Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim, a favor desta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei. Por isso, eu derramei sobre eles a minha indignação...” (Ezequiel 22.30,31

Isto é uma descrição exata de um ponto vulnerável no sistema de defesa da cidade, necessitando conserto. A menos que alguém tomasse providência imediata no sentido de alertar o povo a reparar as defesas, o inimigo viria e causaria destruição total. Deus estava declarando aqui que haveria salvação para a cidade, se apenas um homem se colocasse corajosamente no meio dela e repreendesse o povo dos seus pecados. Se apenas um homem convocasse o povo a voltar para Deus, a cidade seria salva.
À medida em que lemos esta descrição, duas perguntas nos vêm à mente: Primeiro, porque não poderia Jeremias ser este homem? A resposta encontra-se na expressão “entre eles”. Deus tinha enviado diversos profetas “para Jerusalém” mas Ele estava à procura de alguém entre o próprio povo, que os chamasse ao arrependimento. Um habitante da própria cidade. A segunda pergunta relaciona-se com aqueles que recebem as marcas nas suas testas, indicando a sua tristeza pelos pecados da cidade (Ezequiel 9.4). Aparentemente, havia um certo número de justos na cidade; se havia pessoas justas, por que Deus exigia ainda mais um justo? O fato claro aqui é que Deus estava procurando alguém que tivesse mais a oferecer do que a sua própria justiça.
Deus estava procurando um homem para “tapar a brecha”, “preencher a lacuna”, para, ousadamente, falar contra o pecado e a hipocrisia. Naquele período de pecado aberto e aceito, muitos crentes, indubitavelmente, acharam prudente permanecer em silêncio em vez de condenar abertamente os crimes e a imoralidade de seus amigos e concidadãos. Devido a negligência desses crentes em proclamar a mensagem de Deus, a cidade inteira foi destruída. Semelhantemente, hoje Deus está procurando crentes que se aflijam, se entristeçam por causa do pecado, e que tenham a coragem de “tapar a brecha” diante de Deus perante seus companheiros, proclamando-lhes a necessidade de viverem uma vida sincera, santa e separada do mundanismo. 

 As Irmãs e a Panela (Ezequiel 23; 24) 
Esta porção do livro do profeta Ezequiel termina com uma parábola revelando a real situação espiritual do seu povo. A parábola trata de duas irmãs. A primeira, chamada “Oolá”, que significa “sua tenda”. Ela simbolizava o Reino do Norte que tinha como capital a cidade de Samaria. Desde seu começo, este reino rejeitou o templo de Deus (a tenda), e escolheu a seguir sua própria religião.
A parábola descreve Oolá caindo na prostituição e por fim fala da sua destruição por seus amantes.
A irmã mais nova chamava-se “Oolibá”. Esta representava o Reino do Sul, que tinha sua capital em Judá. Seu nome significa “a minha tenda se encontra nela”, e falava da presença do templo em Jerusalém. Lamentavelmente Oolibá também se prostituiu de modo pior que sua irmã Oolá. Portanto, o profeta Ezequiel prediz que Oolibá encontraria o mesmo fim trágico que sua irmã.
O capítulo 24 é um aviso de que o cerco de Jerusalém tinha finalmente começado. Ezequiel descreve Jerusalém como uma panela fervendo, tendo seus cidadãos presos lá dentro e o fogo de julgamento divino ardendo do lado de fora e ao redor da cidade.Certamente alguns habitantes da cidade condenada, recordavam amargamente os vãos conselhos recebidos dos falsos profetas, que ensinavam o povo a zombar das palavras dos profetas de Deus.
Sem dúvida, um dia, no futuro, após a repentina volta do Senhor Jesus, outra geração pecaminosa também lembrará com amargura os falsos profetas que diziam com escárnio, “... de está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.” (2 Pedro 3.4).




Abraços e fique na paz do Senhor Jesus Cristo.

Neander Silvestre