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O apóstolo do amor era filho de Zebedeu (Mateus 4.21), um prospero
pescador da cidade de Cafarnaum. Salomé sua mãe, começara a servir o Salvador
na Galileia. Ela estava presente no momento da crucificação do Filho de Deus (Marcos.
15. 40,41). João fora um dos primeiros discípulos chamado pelo Senhor Jesus.
Ele era pescador, profissão bem comum e importante na Palestina do primeiro
século. Deveria ter nascido entre 1 a 5 anos d.C.
O discípulo amoroso era seguidor de João Batista (João 1. 36,37). Logo
depois foi selecionado para ser um apostolo.
E
aconteceu que naqueles dias subiu ao monte a orar, e passou a noite em oração a
Deus. E, quando já era dia, chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze
deles, a quem também deu o nome de apóstolos: Simão, ao qual também chamou
Pedro, e André, seu irmão; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; Mateus e Tomé;
Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelote; E Judas, irmão de Tiago, e
Judas Iscariotes, que foi o traidor (Lucas 6. 12-16).
Ele tinha um
conhecimento profundo da geografia da Palestina e dos costumes judaicos.
Acredita-se que a família de João tinha dinheiro e posses, pois o seu
pai tinha vários empregados - E logo os
chamou. E eles, deixando o seu pai Zebedeu no barco com os jornaleiros, foram
após ele (Marcos 1.20). Ele era extremamente zeloso ou ciumento (antes da
conversão). Estava incomodado com alguém que não pertencia ao grupo de Jesus e
expulsava demônios - E João lhe
respondeu, dizendo: Mestre, vimos um que em teu nome expulsava demônios, o qual
não nos segue; e nós lho proibimos, porque não nos segue (Marcos 9.38).
Hospedava o ódio cultural para com os samaritanos - E os seus discípulos, Tiago e João, vendo isto, disseram: Senhor,
queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também fez?
(Lucas 9.54).
João e o irmão Tiago eram bem sanguíneos (explosivos) antes da
conversão. Certa ocasião João foi chamado de filho do trovão - E a Tiago, filho de Zebedeu, e a João,
irmão de Tiago, aos quais pôs o nome de Boanerges, que significa: Filhos do
trovão (Marcos 3.17). Após a conversão com a descida do Espirito Santo no
cenáculo (Atos 2.1 ), tornou-se o apostolo do amor. Os filhos do trovão eram
extremamente audaciosos e ambiciosos. Fizeram ao Senhor Jesus um pedido
inadequado - E aproximaram-se dele Tiago
e João, filhos de Zebedeu, dizendo: Mestre, queremos que nos faças o que te
pedirmos. E ele lhes disse: Que quereis que vos faça? E eles lhe disseram:
Concede-nos que na tua glória nos assentemos, um à tua direita, e outro à tua
esquerda (Marcos 10. 35-37)
O apóstolo esteve sempre perto do nazareno nos momentos importantes e
decisivo. Ele estava presente durante o julgamento do Messias - E Pedro estava da parte de fora, à porta.
Saiu então o outro [João] discípulo que era conhecido do sumo sacerdote, e
falou à porteira, levando Pedro para dentro (João 18.16). No ato da
crucificação lá estava ele angustiado - Ora
Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente
[...] (João 19.26). Ocasião em que Jesus Cristo entregou aos seus cuidados
Maria mãe do Salvador - Depois disse ao
discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua
casa (João 19.27).
Percebe-se a grande intimidade e amor que João manifestava ao Mestre da
Galileia em comparação com os demais, principalmente Pedro, que jurou que amava
e iria proteger o Salvador. No entanto negou a Cristo.
Já o discípulo amado fora o primeiro a chegar ao sepulcro após a ressurreição
- E os dois corriam juntos, mas o outro
discípulo correu mais apressadamente do que Pedro, e chegou primeiro ao
sepulcro (João 20.4)
Segundo escritores do século I, João se mudou para Éfeso, para fugir da
Guerra Judaica (66-70 d.C) e suas consequências. No continente asiático
prosseguiu com seu oficio ministerial. De acordo com a tradição (que é
confiável), João escreveu seu evangelho nessa cidade por volta de 85 d.C
(também as epístolas I,II e III todas em 90 d.C), lugar onde desempenhou seu ministério
e gerou discípulos importantes a igreja do Senhor Jesus. Policarpo, Papias e
Inácio foram discípulos diretos de João. Os três continuaram a proteger a Noiva
de Cristo das heresias na Ásia Menor. Policarpo se tornou posteriormente o
bispo da igreja de Esmirna.
Conforme testemunhos, os presbíteros da Ásia Menor em especial os de
Éfeso, sugeriram para que João escrevesse um evangelho a partir de suas
observações e sentimentos vividos na companhia do Mestre. Esses relatos também
seriam uma ferramenta forte para combater os gnósticos.
João foi um grande apologista, combatendo os gnósticos, tanto no seu
evangelho como nas epístolas universais. Ele defendeu que o Pai e o filho, eram
um só Deus, contradizendo os gnósticos, que diziam que Jesus e o Pai eram dois
deuses diferentes.
Quando João usa as expressões e o verbo se fez carne e habitou entre nós
(João 1.14), e a todo espirito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne
não é de Deus (1 João 4.3), ele estava defendendo a igreja da seita gnóstica
que alegava que Jesus era uma espécie de sombra do Pai, negando a encarnação do
Verbo (Cristo).
No terceiro século depois de Cristo, o evangelho narrado pelo discípulo
amado, era considerado pelos Pais da igreja como o mais espiritual do que os
sinóticos (Mateus, Marcos, Lucas), devido a sua singularidade e observações
distintas.
O primeiro relato que identificava o autor do Evangelho de João, como
sendo João filho de Zebedeu, foi realizado por Irineu (180 d.C) – Depois João,
o discípulo do Senhor, o mesmo que repousou sobre o seu peito, publicou também
o evangelho, durante sua estada em Éfeso.
A morte natural (velhice) do apóstolo do amor estava vinculada a uma
promessa pronunciada pelo próprio Senhor Jesus
- Divulgou-se, pois, entre os irmãos este dito, que aquele discípulo não havia
de morrer. Jesus, porém, não lhe disse que não morreria, mas: Se eu quero que
ele fique até que eu venha, que te importa a ti? (João. 21.23). O Salvador
havia prometido que ele não morreria de forma cruel como os demais. Por isso quando
o jogaram num tacho de azeite fervendo, nada aconteceu. Foi como cair em água
fria, porque já havia uma profecia decretada que o mesmo não morreria como os
outros apóstolos. Após esse episódio do azeite, ele foi conduzido como
prisioneiro à ilha de Patmos (ilha de rocha vulcânica. Os romanos enviavam para
lá os criminosos e transgressores políticos).
Patmos era uma ilha rochosa, ausente de vegetação e pequena. Foi nessa
localidade que João, fora dirigido como prisioneiro do Império Romano. A ilha
distanciava uns 90 km de Éfeso a capital do ministério do apóstolo. Sentenciado
a trabalho penoso nas pedreiras (pedras que eram usadas na construção das
estradas romanas). Trabalhava arduamente o dia todo e a noite seu espirito era
arrebatado para receber e escrever as revelações - Eu fui arrebatado no Espírito no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim
uma grande voz, como de trombeta, Que dizia: Eu sou o Alfa e o Ômega, o
primeiro e o derradeiro; e o que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete
igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a
Sardes, e a Filadélfia, e a Laodicéia ( Apocalipse 1. 10,11).
O amado discípulo foi para Patmos, por causa de uma política do
imperador Domiciano (81-96 d.C), que confiscou os bens dos Cristãos e logo em
seguida os prendiam. João fazia parte daquela realidade de perseguição. Por
ordem do imperador, acabou indo para a ilha.
Domiciano outorgou o culto ao imperador (ou seja, a ele mesmo). Como
fidelidade ao imperador todos deveriam participar da adoração ao supremo
romano, inclusive os cristãos. João e os demais seguidores de Cristo recusaram
tal prática que era uma loucura perante o Todo Poderoso. Devido a não
observação deste culto e a lealdade à Palavra de Deus foram para Patmos - Eu,
João, que também sou vosso irmão, e companheiro na aflição, e no reino, e
paciência de Jesus Cristo, estava na ilha chamada Patmos, por causa da palavra
de Deus, e pelo testemunho de Jesus Cristo (Apocalipse 1.9). Patmos era usada
como prisão para todos criminosos considerados perigosos à sociedade da época.
A ilha se localiza no Mar Egeu.
O Senhor Jesus fizera outra promessa ao discípulo amado na ilhota. Que
ele não profetizaria somente as sete igrejas da Ásia, mas também para várias
nações e reis - E ele disse-me: Importa que profetizes outra vez a muitos
povos, e nações, e línguas e reis (Apocalipse 10.11).
Domiciano fora assassinado, Nerva (96-98 d.C) se tornou o novo imperador
de Roma. Uma das suas primeiras medidas foi libertar todos os cristãos que
estavam presos e devolver seus bens. Desta forma João se tornou livre para
testemunhar e profetizar pessoalmente em Éfeso sobre as revelações recebidas.
Ele fora escolhido para escrever o Apocalipse, com intuito de encorajar
(exortar significa encorajar) os cristãos, que estavam, sob ardente
perseguição, praticada por Domiciano.
Ele recebeu as profecias do Apocalipse por meio de inúmeras visões
fortes, carregadas de simbolismo e numerologia hebraica. As visões para muitos
estão em ordem cronológica. E continua a profetizar e testificar a todas as
línguas, povos, tribos, por meio do Apocalipse. Cumprindo literalmente o que
Jesus disse (Apocalipse 10.11).
Quando João já estava bem idoso, sem força para pregar, exortava a
igreja de Éfeso com a voz baixa e fraca e não cessava de ensinar – Filhinhos amai
uns aos outros.
O apóstolo amado, segundo relatos, permaneceu em Éfeso até o governo do
imperador Trajano (98-117 d.C). Por volta dos 95 anos de idade, ainda estava
bem atuante, ou seja, produzindo livros importantes para fé dos cristãos e para
humanidade. E foi nessa cidade que passou os últimos instantes de sua vida.
Versão confirmada pelas palavras de Policrates, bispo de Éfeso no final do
segundo século, numa carta endereçada ao bispo de Roma - João que reclinou no
peito do senhor, e que era sacerdote, usava a mitra, um mártir e mestre. Ele
dorme em Éfeso.
Acredita-se que o apostolo do amor viveu mais de cem anos. Num período
em que a expectativa de vida era de 35 a 40 anos. Onde não existiam
antibióticos (remédios industrializadas) para combater as doenças, hoje
consideradas simples. João viveu mais de cem anos, simplesmente porque Jesus
contrariou toda logica humana com uma promessa - Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti? (João.
21.23). Foi devido a esta profecia que o apóstolo alcançou uma velhice
abençoada.
Abraços e fique na Paz do Senhor Jesus Cristo.
Neander Silvestre
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